Vale planeja investir R$ 1,5 bilhão em tecnologia de rejeitos a seco
A Vale (VALE3) anunciou na última terça (5) que planeja investir cerca de R$ 1,5 bilhão para implementar a tecnologia de rejeitos a seco. Os investimentos começariam a partir de 2020 e fazem parte de medidas que a mineradora quer tomar para reduzir o uso de barragens em suas operações.
A Vale informou que essa tecnologia se soma à aquisição da New Steel, concretizada no fim de 2018. Trata-se de uma empresa que desenvolve tecnologias inovadoras de beneficiamento de minério de ferro.
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O anúncio divulgado pela companhia faz parte de esforços que desdobram da tragédia causada em Brumadinho (MG), com o rompimento da barragem sob sua responsabilidade. Atualmente, são 150 mortos (dos quais 135 identificados) e 182 desaparecidos.
A mineradora disse no comunicado que seus investimentos em gestão de barragens no Brasil “vêm sendo reforçados continuamente e atingirão R$ 250 milhões em 2019”. O valor corresponde a um aumento de 180% em comparação com os R$ 92 milhões investidos em 2015.
Entre 2016 e 2019, os aportes em gestão de barragens chegarão a R$ 786 milhões, de acordo com a Vale.
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Números da tragédia da Vale
- Mortos: 150
- Identificados: 134 (124 já entregues às famílias)
- Desaparecidos: 182
O desastre de Brumadinho
A Barragem 1 de rejeitos da mina de Córrego do Feijão estourou na sexta-feira (25). A mina, localizada na área metropolitana de Belo Horizonte, é de propriedade da Vale.
O acidente gerou uma avalanche de lama, que destruiu parte do centro administrativo da empresa em Brumadinho, e arrastou casas e até uma ponte.
A barragem rompida faz parte do complexo de Paraopeba. A mina é responsável por 7,3 milhões de toneladas de minério de ferro do terceiro trimestre de 2018. O volume corresponde a 6,2% da produção total de minério de ferro da Vale.
Esse é o segundo desastre com barragem em que a Vale se envolve em três anos. Em 2015 ocorreu a tragédia de Mariana, com o rompimento da barragem da Samarco. Naquele desastre morreram 19 pessoas e a lama destruiu centenas de casas e construções.
A Samarco é controlada pela Vale e pela mineradora anglo-australiana BHP Billiton, cada uma com 50% das ações. As duas empresas se tornaram alvo de ações na Justiça por conta do desastre. As pessoas afetadas ainda esperam por reparação