A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado Federal para investigar as causas e os responsáveis pelo rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), indiciou 14 funcionários da Vale (VALE3) e da empresa alemã TÜV SÜD nesta terça-feira (2).
Em detrimento do rumo da investigação referente á Vale, as ações ordinárias (ON) da empresa chegaram a cair 5% pela tarde desta terça-feira (2). No fim da sessão a queda era de 4,21%, com cotação a R$ 51,39.
O indiciamento foi proposto pelo relador da CPI, o senador Carlos Viana (PSD-MG). Dentre os 14 funcionários, está o presidente-executivo afastado da mineradora, Fabio Schvartsman. Segundo Viana, Schvartsman e os demais poderão responder por:
- homicídio culposo;
- lesão corporal;
- destruição de flora;
- e poluição.
Confira abaixo os nomes dos outros 13 executivos indiciados pela CPI do Senado que investiga a tragédia de Brumadinho:
- Gerd Peter Poppinga;
- Luciano Siani;
- Lúcio Flavo Gallon Cavalli;
- Silmar Magalhães Silva;
- Alexandre de Paula Campanha;
- Rodrigo Artur Gomes de Melo;
- Joaquim Pedro de Toledo;
- Renzo Albieri Guimarães Carvalho;
- Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araújo;
- César Augusto Paulino Grandchamp;
- Cristina Heloiza da Silva Malheiros;
- Makoto Namba (TÜV SUD)
- André Jum Yassuda (TÜV SUD)
No relatório, Viana pontua que a área afetada pelos rejeitos liberados com o rompimento da barragem inviabilizou a ocupação humana.
Além disso, o relator recomenda que as empresas Vale a TÜV SÜD respondam judicialmente pelos crimes de destruição de florestas (Mata Atlântica), além de poluição com morte da fauna e flora locais.
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Tragédia de Brumadinho e a Vale
A barragem 1 de rejeitos da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG) se rompeu no dia 25 de janeiro de 2019. A mina, localizada na área metropolitana de Belo Horizonte, é de propriedade da Vale.
Segundo a Defesa Civil de Minas Gerais, ao menos 246 pessoas morreram com o rompimento da barragem da tragédia de Brumadinho.
O acidente gerou uma avalanche de lama, que liberou em torno de 13 milhões de metros cúbicos (m³) de rejeitos. A lama destruiu parte do centro administrativo da empresa em Brumadinho, e arrastou casas e até uma ponte. A barragem da Vale rompida fazia parte do complexo de Paraopeba.
Com o acidente, a própria mineradora anunciou a suspensão das atividades em minas com barragens semelhantes. Tais barragens são construídas com o método de alteamento a montante.
Este método tem custos mais baixos para a contenção dos rejeitos da mineração. Contudo, há métodos mais eficazes para garantir a segurança e a proteção ambiental. Como a mineração a seco, que não produz rejeitos.
Posteriormente, o Ministério Público de MG e a Agência Nacional de Mineração (ANM) decidiram pelo fechamento de outras unidades da Vale.