Vale pode deixar de vender até 75 milhões de toneladas de minério de ferro
A Vale pode deixar de vender até 75 milhões de toneladas de minério de ferro em 2019 em razão dos cortes na produção decorrentes do desastre em Brumadinho (MG).
Após o rompimento da barragem Córrego do Feijão, em 25 de janeiro, a Vale teve várias operações suspensas pela Justiça. A paralisação na mina de Brucutu, por exemplo, pode custar à mineradora perda de 30 milhões de toneladas de minério de ferro.
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A informação foi feita pelo diretor financeiro da Vale, Luciano Siani, em teleconferência com o mercado. Segundo ele, o impacto pode ser menor, de 50 milhões de toneladas, num cálculo mais otimista.
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A empresa previa produzir 400 milhões de toneladas de minério de ferro este ano, mas quase um quarto desse montante está atualmente paralisado por causa de ordens judiciais. A suspensão terá impacto na economia. A commodity correspondeu a 8,4% das exportações brasileiras em 2018, somando US$ 239,9 bilhões, de acordo com dados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). O produto, cujas vendas externas atingiram 394,24 milhões de toneladas no último ano, fica atrás apenas da soja e do petróleo.
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A Vale havia informado na segunda (25) que as decisões liminares da Justiça de paralisação de atividades vão impactar apenas as operações de Brucutu, “em função da Barragem Sul receber descargas eventuais de sua usina de concentração”. A informação foi comunicada por meio de fato relevante.
A mina de Brucutu é a maior unidade de produção de minério de ferro em Minas Gerais. A mina é uma das maiores de propriedade da Vale. Localizada em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), é operativa há treze anos, e produz 30 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.