Vale cria comitê para garantir segurança de barragens

A Vale (VALE3) criou um comitê para verificar as condições de segurança das barragens. O conselho de administração da mineradora aprovou na última sexta-feira (15) a criação do Comitê Independente de Assessoramento Extraordinário de Segurança de Barragens (CIAESB).

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A decisão é uma das medidas tomadas pela Vale após a tragédia provocada pelo rompimento da barragem de Brumadinho (MG). O comitê deverá assessorar o conselho da mineradora sobre questões ligadas as condições de segurança das barragens.

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O comitê será composto por três membros externos a mineradora. A Vale divulgou os nomes dos integrantes do CIAESB:

  • Flávio Miguez de Mello, engenheiro civil com especialização em hidráulica, que vai coordenar o comitê;
  • Willy Lacerda, engenheiro civil
  • Alberto Fabrini, engenheiro mecânico

O CIAESB será encarregado de realizar diagnósticos, gerir e mitigar os riscos das barragens. Além disso, deverá recomendar medidas para reforçar as condições de segurança das barragens de rejeitos de minério de ferro da Vale.

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Funcionários presos

Na última sexta-feira (15) oito funcionários da Vale foram presos acusados de serem responsáveis pela tragédia em Brumadinho. Quatro deles são gerentes – dois dos quais executivos – e quatro são integrantes de áreas técnicas.

O desastre de Brumadinho

A Barragem 1 de rejeitos da mina de Córrego do Feijão estourou no dia 25 de janeiro. A mina, localizada na área metropolitana de Belo Horizonte, é de propriedade da Vale.

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Segundo o Corpo de Bombeiros, ao menos 166 pessoas morreram e 165 estão desaparecidas.

O acidente gerou uma avalanche de lama, que liberou em torno de 13 milhões de metros cúbicos (m³) de rejeitos. A lama destruiu parte do centro administrativo da empresa em Brumadinho, e arrastou casas e até uma ponte.

A barragem rompida faz parte do complexo de Paraopeba. A mina é responsável por 7,3 milhões de toneladas de minério de ferro do terceiro trimestre de 2018. O volume corresponde a 6,2% da produção total da mineradora.

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A Vale informou em nota o início de uma sindicância interna para apurar as causas do rompimento da barragem. “Os resultados preliminares foram compartilhados hoje com as autoridades federais e estaduais que estão acompanhando o caso”, informou a mineradora no documento.

Segundo desastre da Vale

Esse é o segundo desastre com barragem em que a Vale se envolve em três anos. Em 2015 ocorreu a tragédia de Mariana, com o rompimento da barragem da Samarco. Naquele desastre morreram 19 pessoas e a lama destruiu centenas de casas e construções.

A Samarco é controlada pela Vale e pela mineradora anglo-australiana BHP Billiton, cada uma com 50% das ações. As duas empresas produtoras de minério de ferro se tornaram alvo de ações na Justiça por conta do desastre. As pessoas afetadas ainda esperam por reparação.

Carlo Cauti

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