O anúncio do presidente da Vale (VALE3), Fabio Schvartsman, de encerrar o uso de barragens nos parâmetros de Mariana e Brumadinho, é uma promessa antiga da mineradora.
De acordo com a nota da própria Vale divulgada na quinta-feira (31), o descomissionamento das 19 estruturas existentes no estado já havia sido determinado em 2016.
2016 foi o ano do desastre de Mariana, quando houve rompimento da barragem da Samarco, joint-venture (empresa conjunta) da Vale com a BHP Billiton.
“Ao longo dos últimos anos, todas elas tornaram-se inativas e mantiveram os seus laudos de estabilidade emitidos por empresas especializadas e independentes”, afirmou a mineradora mineradora em nota.
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Nove das barragens já haviam sido descomissionadas. O descomissionamento consiste em esvaziar as áreas ocupadas por rejeitos, encerrando o uso da barragem. A estrutura restante é reincorporada ao relevo.
Conforme Schvartsman, o processo de descomissionamento das dez barragens restantes será acelerado após a tragédia de Brumadinho.
No dia seguinte ao anúncio da Vale de não utilizar mais barragens similares à de Mariana e Brumadinho, as ações da empresa demonstraram sinais de recuperação.
Na quarta-feira (30), os papeis da empresa subiram 9,03%, vendidas a R$ 46,60.
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Barragens de Mariana e Brumadinho
Em entrevista coletiva na terça-feira (29), Fabio Schvartsman havia anunciado o desuso de barragens nos moldes de Mariana e Brumadinho.
“Depois que esse desastre aconteceu, não podemos mais conviver com esse tipo de barragem“, declarou o presidente-executivo da Vale.
As barragens das tragédias utilizam o método de alteamento a montante. Assim, há a construção de degraus, assim que a barragem enche, sobre um dique predisposto.
Apesar de serem comuns e apresentarem baixo custo de implantação, especialistas consideram essa variedade de barragem menos segura, por conta dos riscos de acidentes.
Há maneiras de extrair minério de ferro a seco, o que exclui a necessidade de uma barragem em primeiro lugar.
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Tragédia de Brumadinho
O colapso da barragem 1 da mina do Córrego do Feijão, no município de Brumadinho, canalizou as atenções da população brasileira na sexta-feira (25).
De propriedade da mineradora Vale, a liberação de 13 milhões de metros cúbicos (m³) de rejeitos, consequência do rompimento da barragem, afetou a sede da empresa, bem como o restaurante, onde estava uma parcela significativa das vítimas.
Até o momento da publicação, foram confirmadas pela Defesa Civil de Minas Gerais:
- 110 mortes;
- 238 pessoas desaparecidas.
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