Vale (VALE3) terá nova audiência em MG sobre Brumadinho em 9 de dezembro
A Vale (VALE3) terá uma nova audiência em Minas Gerais sobre a reparação dos danos causados em Brumadinho no dia 9 de dezembro de 2020. O mercado aguardava alguma informação ontem, dia 17, quando ocorreu uma audiência no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
Durante a audiência, as instituições jurídicas do estado apresentaram uma proposta para os advogados da Vale, que pediram mais tempo para análise, e uma nova audiência foi agendada.
Segundo comunicado divulgado pelo tribunal, o presidente do TJMG, desembargador Gilson Soares Lemes, deferiu na tarde de ontem um pedido da Vale para analisar a proposta feita pelas instituições jurídicas, nos processos que tratam de reparação dos danos provocados pelo rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, em janeiro de 2019.
De acordo com o órgão, representantes do Estado de Minas Gerais, Advocacia Geral do Estado (AGE), Advocacia Geral da União (AGU), Ministério Público Estadual (MPE), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública Estadual (DPE) e Defensoria Pública Federal (DPF) elaboraram e apresentaram na segunda-feira à noite, uma nova proposta que deverá ser analisada pela Vale.
“Marcamos nova audiência para o dia 9 de dezembro, quando esperamos selar um acordo com a Vale”, declarou Lemes. Segundo ele, o encontro de ontem foi mais uma etapa na tentativa de acordo entre as partes. O auxílio emergencial será pago pela mineradora Vale às famílias atingidas até o dia 31 de dezembro.
Desastre pesa sobre precificação da Vale
O desastre de Brumadinho é um dos fatores que pesa sobre a precificação das ações da Vale, que está abaixo das suas concorrentes australianas. De acordo com Clecio Danilo, especialista da SUNO Research, enquanto a Vale é negociada a um EV/Ebitda de 3,94, enquanto que suas principais concorrentes, a Rio Tinto e BHP, são negociadas um múltiplo de 5,54 e 7,46, respectivamente.
De acordo com os especialistas, há dois motivos de a Vale estar descontada em relação a seus pares: os desastres de Brumadinho e Mariana e a onda Environmental, Social and Corporate Governance (ESG), que apesar de não ser favorável a nenhuma mineradora, afeta mais a Vale dado o histórico de tragédias.
A incerteza sobre o custo das reparações de Brumadinho é algo que incomoda os acionistas da Vale, já que existem pendências em aberto, como é o caso da negociação em Minas Gerais.