Para o ministro da Economia, Paulo Guedes, a vacinação em massa contra a Covid-19 é a melhor política fiscal, mais barata e de maior impacto. “A primeira medida fiscal, de saúde pública, de tudo, é a vacinação em massa”, afirmou o ministro em live com empresários no último domingo (21).
“Existe uma disputa feroz de política no Brasil. Vocês [empresários] sabem e são parte disso… Na pandemia, deveríamos estar um pouco menos armados, desarmados, próximos um do outro”, disse ele no encontro virtual.
Guedes disse que a pandemia atropelou a estratégia da equipe econômica, que estava debruçada nos gastos públicos e em uma agenda de reformas. “Agora, temos de voltar às reformas, onde estávamos antes da pandemia”, disse.
Segundo ele, “as coisas estavam começando a melhorar”, com o Brasil voltando em ‘V’ do choque pandêmico, quando foi acometido pela segunda onda de maneira severa. O ministro afirmou, porém, que o País não vai “esmorecer”. Ele citou três passos para o Brasil atravessar a pandemia:
- Auxílio emergencial;
- Vacinação em massa;
- Prorrogação dos programas que deram certo, como a redução de salários e suspensão de contrato trabalhista.
Ao falar sobre o custo Brasil, respondendo a uma pergunta do empresário Jorge Gerdau, afirmou que o governo não vai entregar a indústria brasileira no meio de uma crise — e citou a redução de custos logísticos com a queda da tarifa de importação. “Somos liberais, mas não somos trouxas”, disse.
Covid-19 nos alertou a controlar o orçamento, diz ministro
Durante a live, Guedes disse que foi preciso chegar uma pandemia com impactos severos sobre a economia para que houvesse atenção com o destino dos recursos públicos. Ele também comentou que a pandemia é uma “guerra biológica”.
“Foi preciso chegar uma guerra no Brasil para aprendermos que a essência da política é alocar recursos“, apontou.
O ministro, afirmou, porém, que o piso continuou a subir, dificultando a manobra do orçamento. “Levou uma pandemia para aprendermos a controlar o orçamento“, disse. Segundo ele, no ano passado não faltou dinheiro para Saúde, mas que foi preciso fazer desvinculações orçamentárias.
Mesmo assim, Guedes disse que a equipe econômica o tempo todo manteve “o Norte, a bússola”. Sobre as reformas futuras, disse que a política dá o timing das mudanças.
O encontro virtual foi organizado pelo Parlatório, organização sem fins lucrativos. Conversaram sobre a Covid-19 os empresários Abilio Diniz, Luiza Trajano, Jorge Gerdau, Flavio Rocha, além de Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda e atual diretor do Banco Safra, entre outras figuras importantes da economia brasileira.
Com informações do Estadão Conteúdo.