Os mercados financeiros abriram a semana em otimismo generalizado. As bolsas mundiais operam no azul após a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. O ânimo dos investidores foi ampliado após informações da vacina das farmacêuticas Pfizer e BioNTech.
As empresas informaram que uma vacina contra o novo coronavírus (Covid-19) dentre as que estão sendo testadas é capaz de prevenir a doença em mais de 90% dos pacientes sem evidência de infecção prévia. A notícia foi divulgada pelas farmacêuticas como um “grande dia para a ciência e para a humanidade”.
De acordo com a BBC, a vacina foi testada em 43,5 mil pessoas de seis países. Em setembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou que seus testes clínicos fossem ampliados no Brasil, de mil para dois mil testes em voluntários.
Segundo as fabricantes, nenhum problema de segurança na vacina foi levantado até o momento. Com base em projeções, as empresas declararam, em comunicado, que pretendem fornecer 50 milhões de doses no mundo em 2020 e até 1,3 bilhão em 2021.
A Pfizer e BioNTech planejam solicitar, até o final deste mês, uma aprovação emergencial para uso da vacina. A expectativa é que a vacina ajude os países a reduzir as medidas de restrição de circulação em vigor.
Vacina faz ações de shoppings e ligadas ao turismo dispararem
As novidades positivas quanto à vacina que está sendo desenvolvida fez com que ações de empresas ligadas a shopping centers e turismo, como operadoras e companhias aéreas, abrissem a semana com uma expressiva alta.
Por volta das 11h35 no Brasil, as administradoras de shopping centers BR Malls (BRML3), Aliansce Sonae (ALSO3) e Iguatemi (IGTA3) avançam 11,82%, 8,13% e 8,86%, respectivamente.
Os papéis da CVC (CVCB3) subiam 11,27%, para R$ 15,12. As ações da empresa têm sido fortemente penalizadas pelo mercado em função do tombo do turismo neste ano — nos últimos 12 meses, os papéis da maior operadora de turismo do País recuam 60,80%. Os investidores também permanecem atentos aos problemas contábeis da empresa.
As aéreas Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) também operam em forte alta, de 15,21% e 12,80% respectivamente. Nesta segunda-feira, a Azul informou que concluiu o processo de bookbuilding de sua oferta de debêntures.
Será realizada a emissão de 1.745.900 debêntures (já considerando 145.900 debêntures adicionais), totalizando R$ 1,745 bilhão (cada uma com valor nominal de R$ 1.000,00). O valor é maior do que o estimado anteriormente, de R$ 1,6 bilhão.
Eleições nos EUA e tombo do dólar
O mercado internacional estende o otimismo com a vitória de Joe Biden sobre Donald Trump, que buscava se reeleger na presidência norte-americana. A vitória do democrata foi confirmada, na tarde do último sábado (7), após agências e veículos de imprensa declararem que ele conquistou os 20 votos eleitorais da Pensilvânia.
Trump, no entanto, salientou que não aceita a vitória de Biden. Em comunicado oficial divulgado por sua campanha, o mandatário disse que o processo eleitoral deste ano “está longe de acabar”. No último domingo (8), o mandatário voltou a dizer que a eleição “foi roubada” pelos democratas — ainda não apresentando provas.
Os investidores imaginam que um governo liderado pelo democrata possa exercer uma política externa mais previsível e menos protecionista, além de investir menos esforços na aplicação de tarifas e nas tensões comerciais contra a China na guerra comercial.
Esse entendimento também faz o dólar tombar 2,45% nesta segunda-feira, sendo negociado a R$ 5,26 na venda. Desde a última segunda-feira (2), a divisa norte-americana cai 7% frente ao real — a valorização da moeda dos Estados Unidos na mesma comparação em 2020, todavia, ainda permanece acima de 30%.
A ascensão de Biden e o avanço da vacina fez com que o S&P 500 atingisse a máxima histórica. Por volta das 11h52, o índice das 500 maiores empresas norte-americanas subia 3,21%, para 3.621,92 pontos, já recuperando as perdas da pandemia e somando 11% no ano. O índice Dow Jones também voltou a superar seu patamar mais alto, de fevereiro deste ano.