A vacina Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan e pela farmacêutica chinesa Sinovac, tem uma eficácia global de 50,38% contra o novo coronavírus (covid-19). A informação foi divulgada nesta terça-feira (12) em uma coletiva de imprensa no próprio Instituto Butantan.
Na última quinta-feira (8) o governo do Estado de São Paulo tinha informado que a Coronavac tinha uma eficácia clínica de 78% contra casos leves do coronavírus e de 100% contra os casos graves.
Na coletiva, o diretor de pesquisa do Instituto Butantan, Ricardo Palácios, informou que os testes foram feitos em 12.508 voluntários no país, todos profissionais de saúde. Segundo Palácios, a vacina foi testada no grupo mais exposto ao vírus.
“É um teste artificial, no qual selecionamos dentro das populações possíveis, aquela população que a vacina poderia ser testada com a barra mais alta. A gente quer comparar os diferentes estudos, mas é o mesmo que comparar uma pessoa que faz corrida de 1km em um trecho plano e uma pessoa que faz corrida de 1 km em um trecho íngreme e cheio de obstáculos”, disse o diretor.
“Fizemos deliberadamente para colocar o teste mais difícil para essa vacina, porque se a vacina resistir a esse teste, iria se comportar infinitamente melhor em níveis comunitários”, completou.
Na Indonésia, dados preliminares de testes de fase 3 apontaram uma eficácia de 65,3% para a Coronavac. O país aprovou o uso emergencial do imunizante, e o presidente Joko Widodo deve receber a primeira dose amanhã.
Entenda a eficácia da Coronavac
A eficácia da vacina contra a covid-19 é calculada com base no protocolo da Organização Mundial da Saúde (OMS). A Organização define uma escala de 0 a 10, sendo zero assintomáticos e 10 fatalidades, confira:
- 1 a 3: assintomático, nenhum RNA viral detectado, sintomático independente (sintomas leves), sintomático ajuda necessária
- 4 a 5: hospitalizado sem uso de oxigênio, hospitalizado com uso de oxigênio por máscaras ou prongas nasais.
- 6 a 9: hospitalizado com uso de oxigênio por ventilação não invasiva (NIV), intubação e ventilação mecânica
- 10: morte
A taxa de eficácia de 78% apresentada pelo Instituto Butantan, calculou apenas os casos de covi-19 com pontuação maior ou igual a 3. Portanto, essa eficácia aponta o quanto a vacina é capaz de prevenir casos em que é confirmada a infecção pelo vírus.
Já o dado de eficácia de 100% em casos graves, informa sobre a capacidade da Coronavac em proteger casos de coronavírus que exigem hospitalização.
A eficácia de 50,38% do imunizante representa a eficácia global, ou seja, a capacidade da vacina de proteger em todos os casos, sejam leves, moderados ou graves. O número mínimo recomendado pela OMS e também pela Agência Nacional de Vigilância (Anvisa) é de 50%.
“Essa vacina tem segurança, tem eficácia, e todos os requisitos que justificam o uso emergencial”, disse o diretor do Butantan, Dimas Covas, durante o anúncio da eficácia da Coronavac.