Cinco plantas frigoríficas do Brasil tiveram suas importações suspensas pela Arábia Saudita neste mês, de acordo com documento da Saudi Food and Drug Authority (SFDA), agência que regula alimentos e medicamentos no país. Embora o motivo não tenha sido informado, as cinco fábricas ficam em Minas Gerais, onde ocorreram os dois casos atípicos de vaca louca no início de setembro.
A suspensão das compras teve início no dia 6 de setembro, mas somente no dia 13, segunda-feira, o Ministério da Agricultura confirmou que o motivo da suspensão está relacionado aos casos de vaca louca. Em nota, a pasta informou que já estão sendo realizadas reuniões com a Arábia Saudita, “mas não há previsão sobre a retirada das suspensões”.
Estão proibidos de exportar os seus produtos de carne bovina para o país árabe os seguintes frigoríficos:
- Plena Alimentos S/A, em Pará,
- Supremo Carnes, em Ibirite e Campo Belo,
- Dimeza Alimentos, do Grupo Fricon, em Contagem, e
- MaxiBeef Carnes, de Carlos Chagas.
A decisão da Arábia Saudita entrou em vigor justamente no dia em que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) concluiu que os dois casos de vaca louca, identificados em Minas Gerais e Mato Grosso, não representam risco para a cadeia de produção bovina brasileira.
Com o resultado da apuração internacional, o País se concentrava em avançar nas negociações com a China para liberar o mercado de exportação de carne bovina, que havia sido interrompido voluntariamente pelo Brasil enquanto mais informações sobre os casos estavam sendo analisadas.
Agora, o Ministério da Agricultura deverá ampliar as negociações para reverter a medida tomada pelas autoridades árabes. Em maio, a Arábia Saudita interrompeu as compras de carne de aves de 11 frigoríficos brasileiros, dentre eles, sete unidades da Seara, da JBS (JBSS3). O embargo ainda não foi retirado.
Empresas de capital aberto não devem se abalar
O Bradesco BBI avaliou que a suspensão das importações de carne bovina de cinco frigoríficos brasileiros pela Arábia Saudita deve ter um impacto limitado sobre as ações de empresas de proteína animal de capital aberto no Brasil.
Isso porque as unidades suspensas estão só no Estado de Minas Gerais, que representa cerca de 10% dos embarques do País aos árabes, estima o banco. No geral, a Arábia Saudita recebe apenas 2% do total exportado pelo Brasil, acrescentou banco.
Quanto à China, para onde o Brasil decidiu voluntariamente interromper as exportações durante as investigações sobre a vaca louca, os embarques continuam paralisados, comentou o ministério. Da mesma forma que a Arábia Saudita, não há previsão de retomada das vendas da proteína bovina aos chineses.
Com informações de Estadão conteúdo.
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