BTG e GS: Usiminas (USIM5) tem resultado “insatisfatório” no 4T21, mas 2022 promete ser positivo
Os resultados do quarto trimestre de 2021 da Usiminas (USIM5) não foram tão satisfatórios, segundo o Goldman Sachs e BTG Pactual (BPAC11). Os bancos mantêm uma perspectiva positiva sobre a empresa, mesmo com resultado que os analistas chamaram de “poluído”.
O Ebitda do 4T21 ficou 33% abaixo da projeção do GS e 16% abaixo do consenso do mercado, mas alinhado com as expectativas do BTG.
A queda de 38% no Ebitda foi motivada, principalmente, por preços mais altos do aço e menores vendas de aço para o mercado interno (mais exportações a preços mais baixos no mistura geral). “Nossa impressão é de que alguns investidores estavam antecipando uma falha (nos descontos e custos de preços), o que não era o caso”, aponta o relatório do BTG.
Por outro lado, o Goldman Sachs afirma que a Usiminas manteve os volumes de vendas de minério de ferro e aço dentro do orientação, mesmo com os desafios da cadeia de suprimentos e do declínio acentuado da demanda doméstica de aço no 4T21. “Olhando para o futuro, esperamos que os lucros do aço no 1T22 sejam sequencialmente mais fraco (e vemos espaço para decepcionar o mercado), já que o custo do carvão está prestes a bater ainda mais forte nos lucros, e os efeitos dos aumentos dos preços do aço para a indústria automobilística devem ser moderados”, dizem os analistas Marcio Farid, Gabriel Simões e Henrique Marques.
Outro destaque mencionado foi o fluxo de caixa de R$ 1,1 bilhão, o que equivale a um yield de 19%, o que o BTG afirma considerar bastante sólido e gostaria de ver um resultado semelhante em 2022.
O Goldman Sachs reitera a recomendação de compra para a Usiminas, com preço alvo de R$ 20, negociando a 3,3x EV/EBITDA 2022.
O BTG Pactual também reafirma a classificação de compra, ao preço alvo de R$ 25 em 12 meses, sendo negociado a aproximadamente 2,3x EV/Ebitda em 2022.
Guidance da Usiminas para 2022
A projeção de capex para 2022 da empresa foi de R$ 2,05 bilhões, enquanto a projeção de vendas de minério de ferro foi estabelecida em 8,5-9Mt, ambos em linha com as expectativas dos bancos de investimento.
“Ficamos satisfeitos em ver o guidance de vendas de aço da Usiminas subindo sequencialmente no 1T22 e esperamos que os lucros do ano inteiro se beneficiem do minério de ferro sólido preços (GSe $125/t) e maiores preços do aço para a indústria automobilística no 2T-4T22 (potencialmente +50% para 1/3 dos volumes)”, diz o relatório do GS. Além disso, acredita-se que esses fatores poderiam compensar parcialmente uma alta esperada no ambiente de inflação, riscos de demanda do Brasil e riscos globais de preços do aço.
Vale a pena investir?
O Goldman Sachs listou alguns riscos pontuais sobre a Usiminas:
- A produção de aço da China está 20% abaixo do ano passado, devido aos esforços do governo para conter a poluição. “No entanto, no caso de uma significativa mudança de política, a produção de aço na China pode aumentar mais rápido do que o esperado e colocar pressão baixista sobre os preços globais e sobre a rentabilidade da Usiminas”.
- Caso o cenário macroeconômico no Brasil melhore mais rápido do que o esperado e a instabilidade for reduzida, o real pode se tornar mais forte em relação ao dólar, o que pode pressionar negativamente preços domésticos do aço e, consequentemente, a lucratividade da Usiminas.
- O aumento na taxa de juros recente, devido a uma inflação mais alta do que o esperado, pode acabar por resultar numa atividade econômica interna mais fraca do que o esperado e pressionar a demanda dos principais produtos da Usiminas.
Cotação
Às 17h, as ações da Usiminas caiam 7%, cotadas a R$ 15,59. Nos últimos 12 meses, o ativo acumulou alta de 12,73%.