A Usiminas (USIM5) reportou na manhã desta sexta-feira (10) o balanço financeiro do quarto trimestre de 2022. Saindo de um lucro bilionário para o prejuízo de R$ 839 milhões, o desempenho da siderúrgica levou a uma queda de 1,21% nas ações e dividiu a opinião de especialistas.
O Itaú BBA, por exemplo, apontou como uma “surpresa negativa” o anúncio de investimento da Usiminas de R$ 3,2 bilhões neste ano (ante previsão anterior de R$ 2,4 bilhões). A casa esperava forte geração de fluxo livre de caixa neste ano.
Além disso, o EBITDA ajustado da Usiminas foi de R$ 579 milhões no 4T22. Embora o valor tenha sido 18% acima das estimativas do banco, o indicador ficou 31% abaixo do trimestre anterior, devido à “tendências mais fracas nos negócios do setor siderúrgico”.
Apesar disso, Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares, analistas que assinam o relatório do Itaú BBA, frisam que nem tudo foi negativo nos resultados da Usiminas.
Entre os pontos positivos, está a projeção do volume de produção, que superou a estimativa do banco, de 8,1 milhões de toneladas. Segundo a siderúrgica, a previsão é de 8,5 milhões a 9 milhões de toneladas em 2023.
Vemos ventos favoráveis para essa operação, com os preços do minério de ferro na média de US$ 124 por tonelada no primeiro trimestre, cerca de US$ 25 por tonelada acima da média do 4T22.
A casa mantém recomendação neutra para as ações da Usiminas e preço-alvo de R$ 8,00.
Melhor do que as (baixas) estimativas
Enquanto isso, a XP Investimentos destacou que a Usiminas reportou resultados no 4T22 “ligeiramente melhores do que nossas estimativas”, mas os números caíram tanto no trimestre quanto no comparativo anual.
Apesar de nossas (baixas) estimativas para o 4T22, este foi um trimestre difícil para a Usiminas, e as perspectivas para 2023 não são positivas.
Segundo Andre Vidal, Guilherme Nippes e Helena Kelm, a a orientação de capex de R$ 3,2 bilhões pode pesar negativamente nas ações, visto que os investidores esperavam por números mais baixos.
“Acreditamos que os investidores ainda evitarão as ações até que haja melhor visibilidade na reformulação do Forno 3 e na futura alocação de capital (os requisitos de capex ainda serão altos para 2024 e além?).”
A XP mantém a classificação neutra para as ações da Usiminas .
1° prejuízo após nove trimestres de lucro
Já o BB Investimentos destacou que o balanço da Usiminas no 4T22 foi primeiro prejuízo após nove trimestres consecutivos de lucro. E a casa apontou as razões para esse resultado:
Em função da deterioração do resultado operacional, cujos números ficaram abaixo das nossas estimativas, e do efeito de impairment (contabilização de ativos a valor justo).
Segundo Mary Silva, analista do banco, embora os custos de produção da Usiminas tenham apresentado melhora em relação ao trimestre anterior, a queda de volumes e de preços médios, puxada pela siderurgia, levou ao EBITDA de R$ 579 milhões a ao prejuízo de R$ 839 milhões (ante ao lucro líquido de R$ 609 milhões do 3T22).
O banco mantém a recomendação neutra para as ações da Usiminas, “por considerarmos que os desafios de curto prazo devem continuar exercendo pressão sobre o papel.” O novo preço-alvo para 2023e é de R$ 9,50 (antes era R$ 15).
Cotação da Usiminas
Nesta sexta (10), as ações da Usiminas fecharam em queda de -0,94%, cotadas a R$ 7,36. No acumulados dos últimos 12 meses, os papéis tiveram uma desvalorização de -50,03%.
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