Usiminas (USIM5): Cade aprova despacho para CSN (CSNA3) vender ações; entenda o caso

Nesta quarta-feira (21), o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou o despacho em que dá prazo indeterminado para a CSN (CSNA3) vender as ações que tem na Usiminas (USIM5).

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A autoridade antitruste manteve a proibição de que a siderúrgica compre novas ações da Usiminas. A CSN também continua proibida de exercer direitos políticos na Usiminas, assim como de alugar suas ações para terceiros.

Na noite de terça-feira (20), a Usiminas enviou a petição ao Cade, solicitando uma multa de 15% no valor de suas ações detidas pela CSN e que um terceiro independente tentasse vender a participação.

Neste sentido, a multa requerida pela Usiminas no Cade para a CSN é equivalente a cerca de R$ 120 milhões. As informações são do Valor Econômico.

Essa briga de participação vem desde 2014, quando o Cade decidiu por limitar a participação da CSN na Usiminas em 5%. Na época, a CSN detinha 17,43% das ações da Usiminas.

Na semana passada, o Cade emitiu um parecer que mudava a decisão de 2014, permitindo que a CSN comprasse  mais de 5% de ações da Usiminas, desde que não exercesse direitos políticos.

A Usiminas explicou no pedido ao Cade que a CSN vendeu apenas algumas das ações preferenciais, mantendo todas as ordinárias desde a decisão de diminuição da participação.

A siderúrgica também disse que a grande participação da CSN  tira a liquidez de seus papéis e impede a nomeação de membros dos seus órgãos de administração por acionistas minoritários. Além disso, acaba por elevar o custo de seu principal concorrente ao obrigar a defesa em inúmeras ações judiciais.

A decisão desta quarta-feira dividiu o conselho: três integrantes do tribunal votaram pela homologação do despacho apresentado pelo presidente do Cade, Alexandre Cordeiro, dando prazo indeterminado para a venda, mas mantendo as demais obrigações.

Outros três votaram contra a alteração do acordo, mantendo o prazo para a venda das ações, que acabaria neste ano. Coube ao próprio Cordeiro desempatar o julgamento – o presidente tem voto de Minerva.

O conselheiro Gustavo Augusto, que foi favorável ao despacho, disse que, nesses oito anos, não se verificou problemas concorrenciais resultantes da operação. “Não é papel do Cade dizer quando tem que vender ação pra ação cair e despencar como esta caindo hoje. Mas se tiver problema concorrencial, ai, sim, não tem nenhum problema em mandar vender imediatamente”, afirmou.

Visão da Ativa

“Ainda que a apertada decisão tenha sido protelada em favor da companhia carioca, vemos mais motivos para a empresa mineira celebrar a decisão”, disse a Ativa Investimentos. Na visão da corretora, um final feliz para a CSN seria se o desfecho fosse mais próximo as considerações efetuadas pela superintendência geral do Cade na semana passada.

A Ativa entende que a decisão do Cade foi mais positiva para a Usiminas, pois mitiga o principal temor da siderúrgica mineira, que seria a não necessidade de CSN se desfazer de sua posição acionária e assim, como seu maior acionista, seguir participando ativamente das suas decisões estratégicas

Assim, a notícia negativa para a CSN seria a manutenção da proibição de exercícios de direitos políticos na Usiminas e a redução da sua influência sobre um rival competitivo.

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Usiminas tem preço-alvo cortado: “Alta nos custos vai pressionar resultados”

O Inter Research diminuiu o preço-alvo da Usiminas (USIM5) para R$ 11, contra os R$ 17 anteriores, e rebaixou a recomendação de “compra” para “neutra”.

Os analistas veem a demanda interna por aço melhorando, mas a recuperação da Usiminas deve ser limitada, dizem eles, em virtude de maiores gastos da reforma no Alto Forno 3 e da reforma emergencial em sua Coqueria 2 em Ipatinga.

Entretanto, o Inter mantém sua visão otimista para o setor siderúrgico, com demanda estável para o restante do ano. Além disso, aumentos de preços feitos no início do ano devem seguir contribuindo para maiores preços realizados para as empresas no setor.

Cotações

As ações da CSN operam em queda de 4,43%, a R$ 12,52, às 15h38.

Já os papéis da Usiminas caem 1,28%, a R$ 7,73.

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(Com informações do Estadão Conteúdo)

Ana Clara Macedo

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