Após reportar lucro líquido de R$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre de 2021, revertendo prejuízo de R$ 424 milhões apurado em mesmo período do ano passado, a Usiminas (USIM5) vê seu papel cair no pregão desta sexta-feira (23). Por volta das 11h15min, a ação recuava 1,98% na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3.
O movimento devolve parte da valorização vista na sessão de ontem, um dia antes da divulgação do balanço trimestral. A Usiminas (USIM5) fechou cotada a R$ 22,38, com alta de 5,88%, a maior dentro do Ibovespa.
Os números divulgados pela empresa ficaram acima das expectativas iniciais do mercado, segundo analistas, e geraram perspectivas positivas para o papel também nesta sexta. Na largada das negociações, a ação chegou a apresentar alta na casa dos 3%, mas em seguida perdeu fôlego.
Usiminas registra maior volume de vendas desde 2014
A companhia fechou o primeiro trimestre com o maior volume de vendas desde 2014, com 1,25 milhão de toneladas de aço negociadas. A receita líquida totalizou R$ 7,1 bilhões entre janeiro e março de 2021, elevação de 86% frente aos três primeiros meses de 2020. O montante é o maior já registrado para um trimestre desde 2009, quando houve a incorporação da Cosipa.
O resultado operacional também apresentou melhora. A empresa registrou Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 2,4 bilhões, quase cinco vezes maior do que o do primeiro trimestre de 2020.
“O resultado da Usiminas superou as expectativas do mercado, que já eram elevadas. O resultado foi impulsionado pelo bom momento do setor, impulsionado pelos estímulos fiscais e monetários ao redor do mundo. Além disso, a escassez de oferta de minério de ferro e, consequentemente, aço tem mantido os preços em níveis recordes”, comentou Luis Sales, analista da Guide Investimentos.
Sales enfatizou que, como o endividamento da empresa está sob controle, a tendência é de que a Usiminas volte a pagar dividendos mais robustos nos próximos trimestres.
Perspectiva positiva para os próximos trimestres
Em relatório, a XP salientou que a Usiminas reportou mais um forte resultado, após encerrar 2020 com números consistentes. A melhora no mercado doméstico de aço e preços mais altos do minério de ferro estão entre as justificativas, segundo a corretora. E as perspectivas para o negócio seguem positivas.
“No mercado interno, o principal negócio da Usiminas, um dólar ainda alto e melhores preços internacionais abrem espaço para novos aumentos de preços, dada a demanda mais forte com baixos estoques”, apontou a XP.
A XP ainda destaca que a perspectiva é de novos resultados positivos nos trimestres seguintes, principalmente pela recuperação do setor automotivo no país.
Após a divulgação dos resultados, o BTG Pactual (BPAC11) reforçou a orientação de compra do papel da companhia. “Com minério de ferro em US$ 140/tonelada para 2021 e os preços dos aços planos se recuperando globalmente, acreditamos que a dinâmica dos lucros é bastante forte para ignorar”, sinalizou.
A Usiminas havia fechado o pregão de quinta-feira cotada a R$ 22,38, alta de 5,88%.