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Usiminas (USIM5): BTG mantém ‘neutra’ com incertezas no radar

Usiminas (USIM5)

Sede da Usiminas (USIM5). Foto: Divulgação

Os resultados da Usiminas (USIM5) no quarto trimestre de 2024 ficaram abaixo das expectativas do BTG Pactual, que reiterou recomendação neutra para as ações.

O EBITDA da Usiminas, por exemplo, ficou em R$ 518 milhões, 3% abaixo da projeção da casa, refletindo volumes mais fracos nas divisões de mineração (-9%) e aço (-3%). Apesar disso, um desempenho melhor nos custos ajudou a compensar parte desse impacto.

Os analistas destacam que a empresa projeta resultados mais fortes no primeiro trimestre de 2025, impulsionados por uma demanda doméstica resiliente, melhor receita por tonelada e redução de custos. No entanto, a visibilidade sobre uma recuperação mais consistente segue incerta.

Na divisão de aço da Usiminas, o EBITDA foi de R$ 366 milhões, com uma margem de apenas 6%. O volume total de embarques somou 1,06 milhão de toneladas (-6% frente ao trimestre anterior e +2% na comparação anual). O mercado interno mostrou preços mais altos, mas a exportação teve um mix de produtos menos favorável.

Já no segmento de mineração, o EBITDA foi de R$ 154 milhões, bem acima dos R$ 44 milhões registrados no terceiro trimestre, beneficiado pela redução de custos (-11% t/t). O volume de embarques, no entanto, caiu 4%, totalizando 2,2 milhões de toneladas.

A USIM5 também anunciou um novo guidance de capex para 2025, entre R$ 1,4 bilhão e R$ 1,6 bilhão, levemente abaixo da projeção do BTG, que é de R$ 1,8 bilhão.

A manutenção da recomendação neutra para as ações da Usiminas, se dá, segundo o BTG pela falta de visibilidade sobre uma recuperação consistente dos lucros. O preço-alvo é de R$ 8 por ação USIM5.

A empresa já concluiu a modernização do alto-forno #3 e capturou ganhos de produtividade, mas outros desafios, como a operação em Cubatão e a fraqueza no minério de ferro, ainda pesam nos resultados.

Além disso, a Usiminas é uma produtora de minério de ferro de custo mais elevado, e a expectativa do BTG de um preço abaixo de US$ 100 por tonelada da commodity pode impactar significativamente essa divisão.

Apesar de a alavancagem permanecer sob controle (dívida líquida/EBITDA de 0,6x), anos de subinvestimento devem exigir maiores gastos de capital à frente, limitando a distribuição de dividendos, diz a casa.

Atualmente, as ações da Usiminas são negociadas a 3,5 vezes o EV/EBITDA projetado para 2025, um múltiplo considerado razoável, mas não suficientemente atrativo diante dos riscos envolvidos, de acordo com análise do BTG Pactual.

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