Usiminas (USIM5): BTG mantém ‘neutra’ com incertezas no radar

Os resultados da Usiminas (USIM5) no quarto trimestre de 2024 ficaram abaixo das expectativas do BTG Pactual, que reiterou recomendação neutra para as ações.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2025/02/1420x240-Banner-Home.png

O EBITDA da Usiminas, por exemplo, ficou em R$ 518 milhões, 3% abaixo da projeção da casa, refletindo volumes mais fracos nas divisões de mineração (-9%) e aço (-3%). Apesar disso, um desempenho melhor nos custos ajudou a compensar parte desse impacto.

Os analistas destacam que a empresa projeta resultados mais fortes no primeiro trimestre de 2025, impulsionados por uma demanda doméstica resiliente, melhor receita por tonelada e redução de custos. No entanto, a visibilidade sobre uma recuperação mais consistente segue incerta.

Na divisão de aço da Usiminas, o EBITDA foi de R$ 366 milhões, com uma margem de apenas 6%. O volume total de embarques somou 1,06 milhão de toneladas (-6% frente ao trimestre anterior e +2% na comparação anual). O mercado interno mostrou preços mais altos, mas a exportação teve um mix de produtos menos favorável.

Já no segmento de mineração, o EBITDA foi de R$ 154 milhões, bem acima dos R$ 44 milhões registrados no terceiro trimestre, beneficiado pela redução de custos (-11% t/t). O volume de embarques, no entanto, caiu 4%, totalizando 2,2 milhões de toneladas.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2025/02/Lead-Magnet-1420x240-1.png

A USIM5 também anunciou um novo guidance de capex para 2025, entre R$ 1,4 bilhão e R$ 1,6 bilhão, levemente abaixo da projeção do BTG, que é de R$ 1,8 bilhão.

A manutenção da recomendação neutra para as ações da Usiminas, se dá, segundo o BTG pela falta de visibilidade sobre uma recuperação consistente dos lucros. O preço-alvo é de R$ 8 por ação USIM5.

A empresa já concluiu a modernização do alto-forno #3 e capturou ganhos de produtividade, mas outros desafios, como a operação em Cubatão e a fraqueza no minério de ferro, ainda pesam nos resultados.

Além disso, a Usiminas é uma produtora de minério de ferro de custo mais elevado, e a expectativa do BTG de um preço abaixo de US$ 100 por tonelada da commodity pode impactar significativamente essa divisão.

Apesar de a alavancagem permanecer sob controle (dívida líquida/EBITDA de 0,6x), anos de subinvestimento devem exigir maiores gastos de capital à frente, limitando a distribuição de dividendos, diz a casa.

Atualmente, as ações da Usiminas são negociadas a 3,5 vezes o EV/EBITDA projetado para 2025, um múltiplo considerado razoável, mas não suficientemente atrativo diante dos riscos envolvidos, de acordo com análise do BTG Pactual.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

Guilherme Serrano

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno