Usiminas (USIM5): lucro cai 93% em um ano e chega a R$ 36 milhões no 1T24; ações despencam no Ibovespa
A Usiminas (USIM5) anotou um lucro líquido de R$ 36 milhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24), queda de 93% em relação ao lucro de R$ 544 milhões reportados no mesmo período do ano passado. As ações da companhia lideravam as perdas do Ibovespa nesta terça-feira (23).
No intradia, as ações USIM5 lideravam as quedas do Ibovespa, com queda de 8,33% a R$ 9,69.
Cotação USIM5
Já o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado da Usiminas no 1T24 foi positivo em R$ 416 milhões, ante Ebitda ajustado positivo de R$ 783 milhões no 1T23.
A margem Ebitda ajustada, por sua vez, ficou em 7% no trimestre, mostrando uma queda de 4,0 pontos percentuais (p.p.) ante igual período de 2023.
O lucro bruto da Usiminas foi de R$ 398,8 milhões, representando uma baixa de 55% na comparação com igual etapa do ano anterior, quando registrou um lucro bruto de R$ 884,7 milhões. A margem bruta, por sua vez, foi de 6,4%, representando uma queda de 5,8 pontos percentuais no ano.
A receita líquida da Usiminas foi de R$ 6,222 bilhões no trimestre, representando baixa de 14% na base anual.
Em termos de produção, a companhia apresentou um aumento de 5% na base anual, para 1,911 milhões de toneladas, mas um recuo de 17% na comparação com o quarto trimestre, “devido ao período de chuvas, à parada temporária da instalação de tratamento de minério Leste e manutenções preventivas programadas nas plantas”.
O resultado financeiro da Usiminas foi negativo em R$ 156 milhões, ante resultado positivo de R$ 65,2 milhões no quarto trimestre, “reflexo de perdas cambiais líquidas de R$ 98 milhões registradas no trimestre, ante ganho cambial de R$ 112 milhões no trimestre anterior, consequência do efeito da desvalorização do real frente ao dólar registrada no final do período, impactando negativamente os passivos em dólar da companhia”.
Dívida e alavancagem
As despesas gerais e administrativas da Usiminas (USIM5) foram de R$ 152 milhões, representando queda de 15% em relação ao trimestre anterior.
A dívida líquida da Usiminas fechou o trimestre em R$ 310 milhões, ante caixa líquido de R$ 89 milhões no 4T23. “A variação entre os períodos deve-se, principalmente, à redução de caixa, consequência da redução das operações de forfaiting em R$ 704 milhões e pelo efeito da variação cambial na dívida da companhia”.
Assim, o patamar de alavancagem da Usiminas é de -0,22x, considerando a razão entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado.
Em relatório sobre os resultados da Usiminas, analistas do Itaú BBA acreditam que as expectativas da empresa de um desempenho sequencialmente estável na divisão de aço no 2T24 podem ser uma decepção para investidores que estavam mais otimistas com as perspectivas de uma recuperação mais forte.
“A queda do Ebitda no 1T24 foi impulsionada por resultados melhores do que o esperado na divisão de aço, que mais do que compensou uma fraca realização de preços e volumes mais fracos no negócio de minério de ferro”, disse a equipe do banco.
O Itaú BBA tem recomendação ‘outperform’ para as ações da Usiminas, equivalente a compra, com preço-alvo a R$ 12,00.
Projeções para o 2T24
No comunicado de resultados, a Usiminas informou que espera estabilidade em seus volumes de vendas de aço no 2T24, apoiada pela boa performance do segmento automotivo de pesados, óleo e gás e linha branca.
“O segmento automotivo de leves também apresenta bom desempenho de vendas, mas a pressão das importações de veículos impacta negativamente a demanda de aço para esse setor. Por outro lado, o segmento de máquinas agrícolas e equipamentos apresenta desaceleração pela redução dos investimentos, além da constante pressão dos elevados níveis de importação de aço”, escreveu a companhia.
A Usiminas também espera uma receita líquida por tonelada estável no segundo trimestre do ano no segmento de siderurgia, “como consequência do melhor mix de vendas, com melhor participação do segmento automotivo, compensando os efeitos dos novos acordos vigentes para esse segmento a partir de abril”.
A companhia também segue com expectativa de redução do custo de produção de aço bruto no 2T24, reflexo do processo de ramp up do alto-forno 3 e esforços da administração no controle de custos e ganhos de eficiência.
“Contudo, com a apreciação do dólar frente ao real, bem como o mix mis nobre de vendas, a expectativa é de um CPV/t ligeiramente superior. Assim a Usiminas espera um Ebitda no segmento de siderurgia relativamente estável”.
Por fim, informou que espera um volume de vendas de minério de ferro estável em relação ao trimestre anterior.
Desempenho das ações da Usiminas
Confira o desempenho das ações da Usiminas (USIM5).
Cotação USIM5