Usiminas (USIM5) tem 1T22 “fraco”, mas analistas veem alta das ações este ano

Usiminas (USIM5) estreou a temporada de balanços do primeiro trimestre de 2022 com resultados inferiores às expectativas dos analistas do mercado financeiro. De janeiro a março deste ano, a mineradora reportou um lucro de R$ 1,26 bilhão, alta de 5% na comparação com o mesmo período no ano anterior e de 49% em relação ao trimestre anterior.

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O BTG Pactual (BPAC11) afirma que, principalmente, o Ebitda veio mais fraco que o esperado, de R$ 1,6 bilhão, -7% abaixo da expectativa e -15% a menos na comparação com o 4T21, além do recuo de 35% no ano a ano.

“A explicação para o resultado abaixo da estimativa foi explicada por menores preços realizados do que o esperado tanto nas unidades de mineração (-29% vs. BTGe) quanto nas siderúrgicas (-2% vs. BTGe)”, diz o relatório do banco de investimentos.

Outro ponto que os analistas viram negativamente foi a geração de fluxo de caixa: a Usiminas consumiu R$ 400 milhões no 1T22, devido a uma grande saída de capital de giro, vinda principalmente da diminuição de impostos a recolher, já que a empresa pagou impostos acumulados a partir de 2021.

Porém, “continuamos vendo a Usiminas bem posicionada do ponto de vista do balanço patrimonial, com sua posição de caixa líquido preservada no trimestre. Em nossa visão, a Usiminas continuará gerando fluxo de caixa positivo em 2022, apesar do aumento do capex e do acúmulo de capital de giro devido a parada de manutenção de Ipatinga”, afirmam. Ainda, o BTG Pactual ressalta que gostaria de ver a companhia ser mais agressiva no retorno de caixa.

“Embora tenhamos visto o primeiro trimestre como mais um trimestre de transição para a Usiminas, com custos crescentes e preços de aço mais brandos, também continuamos cautelosos com as perspectivas de curto prazo”, aponta o texto.

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Os analistas defendem que ainda enxergam valor na Usiminas, mas que reconhecem a pressão decorrente do aumento dos custos e da baixa demanda do mercado doméstico, “o fraco momento do curto prazo deve continuar pesando no desempenho das ações”.

Mas, na visão deles, as ações estão precificando o Ebitda de R$ 3 a 4 bilhões no longo prazo, o que pode implicar em preços caindo de 30% a 40% na comparação de base anual, com perda significativa de volume, mas isso ainda é considerado como altamente improvável pelo BTG.

A recomendação de compra é neutra, com preço alvo de R$ 25. Hoje os papéis caíram 6,33%, a R$ 12,27, na esteira do resultado trimestral.

Ativa Investimentos também vê Usiminas abaixo da expectativa, mas se surpreende

A Ativa Investimentos também esperava mais da Usiminas. O relatório ressalta que as chuvas no trimestre foram as vilãs para a companhia, trazendo prejuízo para a operação, “ao passo que em siderurgia, embora tenha apresentado crescimento nas vendas, o aumento dos custos oriundo dos preços de carvão e coque amenizaram o resultado da divisão”.

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De acordo com o texto, a receita líquida consolidada foi afetada pelo desempenho de mineração, com o Custo dos Produtos Vendidos (CPV) impactado por maiores custos nos segmentos Siderurgia e Transformação do Aço.

“Afetado por maiores despesas com vendas em siderurgia, o Ebitda registrado foi pior que as nossas expectativas”, afirmam os analistas. “Embora o resultado financeiro tenha sido superior em função da valorização do real e, assim, seu lucro líquido tenha superado nossas expectativas, temos uma visão negativa do resultado do ponto de vista operacional”.

Com as maiores chuvas no Sudeste, a produção de minério de ferro caiu 29,6% em volume na comparação com o trimestre imediatamente anterior, assim como as vendas, que diminuíram 38,1%.

Um ponto levemente positivo, diz a Ativa, foi a elevação dos preços do minério de ferro, que compensou, em parte, os efeitos da menor intensidade operacional nas receitas (-12,7% ante 4T21).

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A produção de aço bruto e laminados em Ipatinga caiu 6,4% trimestralmente, mesmo com o aumento de 6,6% nas vendas, valor que “surpreende positivamente” a equipe da Ativa, em função do mercado interno, alvo de 74% das vendas totais do segmento. As receitas líquidas por tonelada apresentaram queda de apenas 5,9% ante 4T21.

“Já o cash cost por tonelada apresentou crescimento de 5,1% em função de maiores custos de carvão, coque e combustíveis, tal como o CPV, que apresentou evolução conforme o volume de vendas”, diz o relatório.

Por fim, a Ativa Investimentos vê a Usiminas com classificação de neutra, ao preço alvo de R$ 19, com potencial de alta de 23%. “Os resultados do primeiro trimestre corroboram nossa visão mais neutra para a empresa neste início de ano”, disseram os analistas.

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Victória Anhesini

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