Líder na produção de cloro e soda cáustica e vice-líder na produção de PVC na América Latina do Sul, a Unipar (UNIP6) surfa uma onda que está sendo compartilhada entre as grandes produtoras e exportadoras de matéria-prima: o aumento no preço das commodities.
Neste terceiro trimestre, a Unipar registrou R$ 1,79 bilhão de receita operacional líquida. No acumulado de nove meses, o montante chega a R$ 4,27 bilhões. O impulso nos ganhos não pode ser atribuído unicamente aos fortes preços internacionais – o maior volume de vendas também influencia.
Com isso, a geração de caixa da Unipar também ganhou. Ao final de setembro, o saldo chegou a R$ 1,43 bilhão, e já tem destino parcialmente traçado. Um dos objetivos da companhia é construir até duas fábricas na região Nordeste do País. Atualmente, a empresa tem três plantas, duas na região Sudeste (Santo André e Cubatão) e uma na Argentina.
Em entrevista ao SUNO Notícias, o CEO da Unipar, Maurício Russomanno, afirmou que uma das plantas pode ser viabilizada por meio de aquisição e a outra com construção. “Estamos analisando todas as opções, o certo é que vamos chegar na região Nordeste também”, garante.
Além disso, a companhia planeja anunciar a conclusão das negociações de uma terceira joint venture (JV) ainda este ano. Duas já foram comunicadas ao mercado:
- um parque eólico na Bahia, em parceria com a AES Tietê (TIET11); e
- um parque solar em Minas Gerais, em parceria com a Atlas Renewable Energy.
As três JVs fazem parte do plano de crescimento sustentável da Unipar. Por meio da geração de energia dessas empresas, a companhia planeja alcançar a marca de 70% de autoprodução.
“Esses projetos oferecem grandes benefícios para a Unipar, seja pelo acesso à energia, essencial para a nossa operação, ou pelo benefício da economia, reduzindo os custos operacionais, e também para o meio ambiente, porque estamos descarbonizando”, diz Russomanno.
A previsão é que de duas das empresas frutos das parcerias da Unipar entrem em operação já no próximo ano. Em relação à terceira JV, o CEO afirma que as negociações estão avançadas, e que o desejo é pelo anúncio ainda neste ano.
Dividendos da Unipar
Com bom saldo de caixa, a Unipar também priorizou o pagamento de proventos aos seus acionistas no último ano. De outubro do ano passado a outubro de 2021, a empresa foi a que pagou maior volume de dividendos, com quatro distribuições, segundo levantamento feito pela Economatica.
No período destes 12 meses, os pagamentos de dividendos totalizaram R$ 8,02 aos acionistas. E o montante ainda vai aumentar, porque a Unipar anunciou o pagamento de mais R$ 300 milhões após o lucro registrado no terceiro trimestre.
Considerando este último anúncio, o valor de dividend yield da Unipar nos últimos 12 meses chega a 32%, segundo Russomanno, com R$ 850 milhões em pagamentos no ano de 2021.
“Nossa política de dividendos é de distribuição de 25% dos lucros. Sempre cumprimos essa determinação, mas nada impede a empresa de fazer distribuições extraordinárias. É uma questão de escolha de alocação de capital”, afirma o CEO.
Quando questionado sobre pagamentos futuros de dividendos, Russomanno não dá certezas – diz apenas que a empresa decide como alocar seu capital de acordo com o momento e os objetivos da companhia.
Junto ao anúncio de pagamento de dividendos, foi comunicado pela Unipar um novo programa de recompra de ações, com prazo até 14 de maio de 2023. “Escolhemos investir em nós mesmos, com esse novo programa”, diz ele.
Eficiência operacional
Para manter os altos lucros e o caixa bem abastecido, o CEO da Unipar conta que a empresa trabalha fortemente por sua eficiência operacional. A fábrica de Santo André atingiu um índice de utilização da capacidade instalada de 94% no 3T21, um volume de produção trimestral recorde para a planta.
Na fábrica de Cubatão, a utilização da capacidade instalada no período foi de 89%, mantendo o desempenho de trimestres anteriores. Já a unidade de Bahía Blanca, na Argentina, teve desempenho de 81% no período, o melhor resultado em dois anos, segundo Russomanno.
“Trabalhamos para aumentar a confiabilidade das plantas, cuidar dos nossos equipamentos, reduzir perdas, otimizar reações químicas, tudo para que a operação continue de forma contínua e produtiva, com volumes crescentes.”
Dessa forma, o CEO afirma que é possível mitigar custos operacionais e garantir o atendimento das demandas por matérias-primas da Unipar. “Foi assim que conseguimos atender a demanda reprimida durante a pandemia, quando nossos clientes voltaram a operar em meados do ano passado. Tínhamos as fábricas atuando a pleno vapor e estoque de produtos.”
Cotação da Unipar nesta sexta (12)
A cotação da Unipar fechou em alta de 9,77% nesta sexta, com as ações UNIP6 valendo R$ 91,89.
Nos últimos 12 meses, os papéis preferenciais da Unipar acumulam 188,64% de valorização.