A Unipar (UNIP6), que fez uma oferta pela fatia da Braskem (BRKM5) há algumas semanas, não deve renovar sua proposta, que por sua vez vence em dez dias.
As informações são de pessoas que participaram das negociações entre a Unipar e a Braskem, dadas ao jornal Valor Econômico.
A Braskem já vem sendo disputada desde o ano passado, com diversas ofertas sendo feitas por grandes players do setor, incluindo uma oferta de compra de 100% das ações da empresa da gestora americana Apollo em conjunto com a Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (ADNOC).
Contudo, a Oderbrecht, família dona da Novonor – controladora da Braskem – quer seguir como minoritária da petroquímica.
Apesar de a Unipar aceitar ser sócia da ADNOC e da Apollo, com até 4% de participação societária, a Novonor deu ações da Braskem como garantia a credores. Ou seja, os bancos podem decidir o futuro da companhia.
Dentre os bancos estão o Itaú (ITUB4), o BNDES, o Santander (SANB11), o Banco do Brasil (BBAS3) e o Bradesco (BBDC4) – com quais, no total, a Novonor soma uma dívida de R$ 15 bilhões.
Segundo fontes a par da negociação, o Itaú é o credor que resiste mais a uma eventual permanência da Novonor como sócia da empresa, sendo mais favorável às vendas.
Os esforços da antiga Oderbrecht são no sentido de reduzir substancialmente o passivo financeiro de seu balanço contábil dando um ‘passo largo’ para sair da sua recuperação judicial, dada a dívida bilionária da Braskem.
Desempenho das ações da Braskem após oferta da Unipar
Por volta do dia 11 de junho, iniciaram-se os rumores sobre a oferta da Unipar pela fatia da petroquímica. Logo em seguida, a oferta foi conformada oficialmente.
De lá para cá, as ações BRKM5 subiram cerca de 13%, acumulando um rali de 25% desde o início de 2023.
Vale lembrar que a alta arrefeceu com a queda registrada nos papéis da Braskem desde o dia 19 de junho até então.