Carta na manga: Unipar (UNIP6) teria R$ 10 bi de bancos na proposta pela Braskem (BRKM5), diz jornal
Empenhada na compra da Braskem (BRKM5), a Unipar (UNIP6) teria R$ 10 bi para a proposta de aquisição de fatia da petroquímica. Esse montante viria do Itaú BBA e do Citibank, informa o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Segundo Jardim, a Unipar teria uma carta de intenções dos bancos com a oferta de financiamento. Cada um deles financiaria R$ 5 bi. Representantes do Itaú BBA e o Citi, credores da Unipar, se reuniram com executivos da empresa e com a Braskem nesta sexta, segundo o colunista de O Globo.
Essa cifra bilionária reforçaria a oferta da Unipar pela Braskem. O mercado, lembra o jornalista, já não acredita na proposta do presidente do Conselho de Administração da Unipar, Frank Geyer, por achar que a empresa não conta com dinheiro para a aquisição da petroquímica.
Nesta sexta, reportagem do Valor Econômico apontava que a Unipar, que fez uma oferta pela fatia da Braskem há algumas semanas, não deveria renovar sua proposta, que vence em dez dias.
As informações são de pessoas que participaram das negociações entre a Unipar e a Braskem, dadas ao jornal Valor Econômico.
A Braskem já vem sendo disputada desde o ano passado, com diversas ofertas sendo feitas por grandes players do setor, incluindo uma oferta de compra de 100% das ações da empresa da gestora americana Apollo em conjunto com a Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (ADNOC).
Contudo, a Oderbrecht, família dona da Novonor – controladora da Braskem – quer seguir como minoritária da petroquímica.
Apesar de a Unipar aceitar ser sócia da ADNOC e da Apollo, com até 4% de participação societária, a Novonor deu ações da Braskem como garantia a credores. Ou seja, os bancos podem decidir o futuro da companhia.
Dentre os bancos estão o Itaú (ITUB4), o BNDES, o Santander (SANB11), o Banco do Brasil (BBAS3) e o Bradesco (BBDC4) – com quais, no total, a Novonor soma uma dívida de R$ 15 bilhões.
Segundo fontes a par da negociação, o Itaú é o credor que resiste mais a uma eventual permanência da Novonor como sócia da empresa, sendo mais favorável às vendas.
Os esforços da antiga Oderbrecht são no sentido de reduzir substancialmente o passivo financeiro de seu balanço contábil dando um ‘passo largo’ para sair da sua recuperação judicial.
Desempenho das ações da Braskem após oferta da Unipar
Por volta do dia 11 de junho, iniciaram-se os rumores sobre a oferta da Unipar pela fatia da petroquímica. Logo em seguida, a oferta foi conformada oficialmente.
De lá para cá, as ações BRKM5 subiram cerca de 13%, acumulando um rali de 25% desde o início de 2023.
Vale lembrar que a alta arrefeceu com a queda registrada nos papéis da Braskem desde o dia 19 de junho até então.
Proposta pela Braskem foi feita em 10 de junho
Em fato relevante divulgado em 10 de junho, a Unipar anunciou que “tem evoluindo em tratativas” com a Novonor e com seus bancos credores sobre potencial operação que envolve o controle da Braskem.
A Unipar informou que enviou uma proposta não vinculante à Novonor, que contempla o pagamento parcial dos bancos credores, assim como novas condições para o saldo da dívida remanescente, e a possibilidade de a Novonor seguir com uma participação minoritária indireta na Braskem.
Na atual estrutura pretendida para a operação, a Unipar alega que lançará uma oferta pública de aquisição das ações por alienação de controle da Braskem para a aquisição de ações ordinárias e preferenciais classe A e classe B de titularidade dos acionistas minoritários da Braskem, e também uma ‘tender offer’ para aquisição de até a totalidade dos papéis preferenciais classe A representadas por ADRs listadas na Bolsa de Valores de Nova York.
Unipar disse que faria negociação com Petrobras (PETR4) em “momento adequado”
A Unipar também divulgou que, “no momento adequado”, realizará negociação com a Petrobras (PETR4) sua participação nos termos da operação, “de forma satisfatória, que, eventualmente, poderá incluir a renegociação do atual acordo de acionistas, dentre outros fatores “relevantes, para sua adequação à nova estrutura de capital da Braskem”.
Além disso, a Unipar alegou que a oferta deverá conter condições normais nesse tipo de operação. Neste sentido, a empresa cita a negociação dos documentos vinculantes, realização de auditoria na Braskem, aprovação de autoridades competentes, aprovação de bancos credores, entre outras.
Adicionalmente, se ainda houver “alguma questão em aberto sobre o dano geológico em Alagoas”, a empresa informa esperar “haver a negociação final de uma solução”.
Segundo a Unipar, a operação faz parte de sua estratégia de aumentar sua participação no segmento petroquímico do Brasil, no qual planeja seguir “investindo e contribuindo para o desenvolvimento nacional”.