Cerca de 30 cooperativas da Unimed amargam perdas milionárias por causa dos fundos da Infinity Asset. Segundo informações divulgadas nesta quarta (31) pelo Valor Econômico, a Unimed Vitória amarga uma das situações mais graves, com perdas de R$ 165 milhões.
Pela legislação, as operadoras de saúde são obrigadas a ter reservas para cobrir suas despesas em caso de falência. Essas provisões somam R$ 57 bilhões no setor como um todo, sendo que essas quantias podem ficar alocadas em imóveis ou investimentos de baixo risco, como os títulos do Tesouro.
De acordo com o Valor, os fundos da Infinity eram negociados como produtos conservadores. Mas foi descoberto que essas aplicações, na verdade, eram operações de derivativos sem garantia e boa parte do lastro era a própria gestora.
No caso da Unimed Vitória, essa perda pode fazer com que a operada fique fora das regras de provisões. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deve fazer uma supervisão in loco do negócio.
Infinity pode colocar Unimed Vitória em risco
A cooperativa terminou 2022 com aplicações financeiras na casa dos R$ 300 milhões. De acordo com as fontes do Valor, a perda com esses fundos chegou a R$ 165 milhões. Além da Unimed Vitória, a Unimed Piraqueaçu também aplicava suas reservas na Infinity — no final do ano passado, a cifra aplicada era de R$ 2 milhões, ante R$ 7,5 milhões no fim de 2021.
Os fundos da Infinity tinham mais de 6,3 mil cotistas, mas ainda não se sabe o destino dos cotistas e/ou se há alguma chance de recuperação dos recursos aplicados por esses investidores.
A Vanquish Asset, que está gerindo o fundo Infinity Select após a explosão da crise, marcou uma assembleia para o dia 7 de junho. Fontes do Valor dizem que uma das propostas é pagar os cotistas em fevereiro de 2024 — os valores deveriam ter sido pagos no dia 17 de maio, o que não ocorreu com a Unimed Vitória.