Em uma tentativa frustrada, a Unick Forex tentou uma parceria com a Universidade Estácio, como forma de regularizar seus negócios, para limpar sua imagem de suposta pirâmide financeira. A informação é do site “Livecoins” e foi publicada nesta segunda-feira (20).
De acordo com o portal, as informações foram ditas em uma conversa telefônica entre o ex-diretor de marketing da Unick, Danter Navar da Silva, e o presidente da empresa acusada de pirâmide financeira, Leidimar Lopes. O site afirma, em sua publicação, que teve acesso exclusivo ao material de interceptação da Polícia Federal. O Suno Notícias solicitou as informações à PF, que afirmou “não anunciar a existência ou não de possíveis investigações em andamento”.
Danter Silva teria dito nesta ligação com o presidente da companhia que a parceria com a Estácio apagaria “toda a visibilidade negativa” pela qual a Unick ficou conhecida nos últimos meses. O projeto seria denominado “Franquias Unick Estácio“.
Leidimar Lopes não teria gostado da ideia afirmando que, com toda sua experiência, essa operação poderia chamar a atenção de algumas autoridades, incluindo também o Ministério Público.
Lopes também afirmou que sua empresa estava muito mal vista para “vender franquia” no País. “A Unick está na CVM, está em tudo quanto é lugar”, disse o presidente da empresa. Assim, se fosse lançado uma rede de franquias, a Unick Forex estaria “dando a chave da porta” para as autoridades entrarem, de acordo com Lopes. Vale destacar que essa conversa aconteceu em maio de 2019.
O Suno Notícias tentou contato com a assessoria de imprensa da Estácio de São Paulo, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.
Relembre o início das acusações de pirâmide financeira envolvendo a Unick Forex
A Unick Forex começou a ter reclamações em números expressivos em meados de fevereiro e março de 2019, quando começou a ter instabilidades em seu site e os clientes passaram a não conseguir acessar suas contas. Na época, o então diretor de tecnologia da Unick Forex, Israel Nogueira, informou que a empresa estava sofrendo ataques hackers.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), então, determinou que a Unick Forex estava proibida de captar novos clientes. Entretanto, a empresa continuou operando, alegando que “não realizava captação de investimentos e que estava legalizada em Londres e Belize”.
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A Unick oferecia retornos de até 30% ao mês, com base em supostos investimentos em bitcoin e outras criptomoedas. A empresa nunca possuiu autorização de órgão governamental para fazer operações financeiras com dinheiro captado de terceiros.
A Unick Forex é investigada por operar em um suposto esquema de pirâmide financeira. A empresa é acusada de ter captado R$ 28 bilhões de maneira ilegal, de um total de 1,5 milhões de pessoas.