A União Europeia abriu, através de seus reguladores antitruste, uma investigação em larga escala em relação à oferta da Boeing por uma participação controladora no braço de aeronaves comerciais da Embraer, nesta sexta-feira (4). A comissão europeia alega que o acordo pode reduzir a concorrência e elevar preços.
A UE declarou que o acordo retiraria a Embraer, a terceira maior fabricante mundial de aeronaves, da indústria de aviões comerciais, já os rivais de China, Japão e Rússia não conseguiriam preencher o espaço nos próximos 10 anos devido às altas barreiras de entrada.
O responsável pela concorrência da UE declarou que ambas empresas são concorrentes diretas em preço e outros parâmetros no mundo inteiro, além da Europa. O acordo tiraria a Embraer do mercado de aeronaves de corredor único.
Na quinta (3), a Embraer declarou que as empresas continuam trabalhando de forma diligente e cooperativa para fechar a parceria no menor prazo possível, com conclusão prevista para o início de 2020.
Em fato relevante, a Embraer afirma: “As partes já obtiveram as autorizações aplicáveis das autoridades concorrenciais em algumas jurisdições e a consumação da operação continua sujeita à aprovação por autoridades concorrenciais em outras jurisdições aplicáveis; e à satisfação de outras condições usuais em operações desta natureza.”
Boeing e Embraer
Em 29 de julho, foi noticiado que a Boeing estaria vendendo US$ 5,5 bilhões em títulos de crédito para o pagamento de um acordo realizado com a Embraer. O vencimento dos títulos será dividido em seis datas, sendo 2021, 2027, 2030, 2035, 2050 e 2059.
Conforme divulgado pela agência Bloomberg, os títulos emitidos pela Boeing poderiam render mais de 1,55 ponto percentual em comparação aos títulos do Tesouro Direto.
Segundo a agência de classificação de risco S&P, os títulos podem fazer com que a dívida da empresa de aviação tenha acréscimo de US$ 10 bilhões neste ano. Dessa forma, a Boeing terá uma dívida consolidada de US$ 24 bilhões.
Saiba mais: Boeing venderá US$ 5,5 bi em títulos para pagar acordo com a Embraer
“Nós esperamos que a companhia use os recursos levantados com a emissão para o investimento aproximado de US$ 4 bilhões na joint venture com a Embraer. Quaisquer recursos restantes devem aumentar o caixa da companhia, que continua a lidar com os problemas do 737 Max”, afirmou a S&P em um relatório.
As companhias pretendem lançar aeronaves comerciais de menor porte. Em junho, a Embraer lançou seu primeiro avião após a fusão com a Boeing.