A União Europeia (UE) rejeitou nesta quarta-feira (06) a fusão entre a Siemens e a Alstom.
A união das duas gigantes criaria a segunda maior empresa de equipamentos ferroviários do mundo. A nova empresa teria um faturamento de cerca de € 15 bilhões (cerca de R$ 63 bilhões). As empresas alemã e francesa tinham justificado a fusão como resposta à concorrência da China. Entretanto, a Comissão Europeia barrou a união de Siemes e Alstom.
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A fusão entre Siemens e Alstom foi anunciada em 2017 e considerada como o nascimento de um campeão industrial europeu. Segundo os apoiadores da operação, seria algo necessário para enfrentar a concorrência de empresas chinesas. O modelo a ser seguido seria a Airbus, empresa europeia do setor aéreo que divide o mercado mundial com a norte-americana Boeing.
Os governos de França e Alemanha apoiavam a fusão. Além disso, as duas empresas ofereceram ceder bens e licenças para permitir a operação.
Comissão Europeia contrária
Entretanto, a Comissão Europeia realizou uma investigação por meses e barrou a fusão. Segundo Bruxelas, as concessões oferecidas por Siemens e Alstom não seriam suficientes para manter o equilíbrio do mercado europeu e a oferta ampla. Isso também porque “as partes não propuseram medidas corretivas suficientes para remediar” os problemas apontados pela União Europeia.
“Essa concentração teria implicado um aumento de preços para sistemas de sinalização que garantiriam a segurança dos passageiros e das futuras gerações de trens de alta velocidade“, declarou a comissária europeia para a concorrência, Margrethe Vestager.
Segundo a Vestager, a operação poderia reduzir a competição no segmento de equipamentos ferroviários. O problema principal seria a elevação dos preços dos sistemas de sinalização e de trens de alta velocidade, diminuindo investimentos em pesquisa e inovação.
A Comissão Europeia tem poder de veto desde 1989 sobre fusões e aquisições que têm alcance europeu. Entretanto, o departamento responsável pela política de concorrência da UE só vetou cerca de 30 operações nos último trinta anos. Por outro lado, mais de de 6.000 fusões foram aprovadas pela comissão.
Preocupação com a concorrência chinesa
Os governos de França e Alemanha já anunciaram que irão apoiar os recursos que as Siemens e Alstom apresentarão.
A preocupação dos Executivos e das empresas e que com essa decisão a chinesa CRRC ganhe ainda mais força. Esse gigante do mercado das ferrovias é o atual líder mundial do setor, com um faturamento de € 26 bilhões por ano (cerca de R$ 109,2 bilhões). A empresa chinesa foi criada em 2014 com a fusão de duas estatais e fabrica anualmente 200 trens de alta velocidade. Por sua vez, a Siemens e a Alstom fabricam juntas apenas 35 trens-bala por ano.
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