Os reguladores da União Europeia (UE) entraram com ações antitruste contra a Amazon nesta terça-feira (10). Segundo o bloco europeu, a gigante do varejo online violou as leis de concorrência ao usar injustamente dados internos para obter uma vantagem sobre os comerciantes menores que usam a plataforma da empresa.
As autoridades da UE acusaram a Amazon de obter dados não públicos de vendedores que usam seu mercado para localizar produtos populares e, em seguida, copiá-los e vendê-los, a um preço mais baixo. Na análise da Comissão Europeia, a varejista abusou de seu duplo papel como loja de varejo, usada por muitos vendedores, e como comerciante que vende seus próprios produtos concorrentes na plataforma.
“Devemos garantir que as plataformas de dupla função com poder de mercado, como Amazon, não distorçam a concorrência. Os dados sobre a atividade de vendedores terceirizados não devem ser usados em benefício da Amazon quando ela atua como concorrente desses vendedores”, disse a vice-presidente da Comissão Europeia, Margrethe Vestager, por meio de um comunicado.
A comissão informou que abriu uma investigação aprofundada sobre o uso de dados de vendedores do mercado pela Amazon em 17 de julho de 2019.
Ao todo foram aberto duas investigações pelo bloco europeu. A primeira é sobre suspeita de violações das regras antitruste das UE por usar dados dos vendedores e a outra é sobre as práticas comerciais da Amazon.
“Os destinatários podem examinar os documentos do processo de investigação da comissão e responder por escrito as suas observações sobre o processo perante representantes da comissão e das autoridades nacionais da concorrência”, informou a UE.
Em resposta, a Amazon nega as acusações. “Discordarmos das afirmações preliminares da Comissão Europeia e continuaremos a enviar todos os esforços para garantir que tenha uma compreensão precisa dos fatos”, informou a varejista pelo comunicado.