União Europeia colocará limites à importação de aço do Brasil
A União Europeia (UE) irá impor limites à entrada de sete produtos siderúrgicos exportados pelo Brasil para seus países-membros, a partir de 2 de fevereiro, a fim de proteger produtores locais. O episódio ilustra a guerra de mercado do setor.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) já foi notificada pela União Europeia acerca do novo esquema para restringir as importações de 28 produtos siderúrgicos pelo período de três anos. Isto atingirá principalmente a China.
Saiba mais – Produtores e exportadores de café querem o fim das taxas sobre o produto
O mercado europeu foi o destino de 18,1% das exportações brasileiras de aço em 2017.
A medida necessita de aprovação formal pelos países-membros. A votação ocorrerá na próxima quarta-feira (16).
Certos setores discordam da medida. Construtores de automóveis caracterizam o plano europeu como protecionista, e reclamam que terão prejuízos pois o aço poderá custar mais.
Por sua vez, a Eurofer, que representa a siderurgia europeia, incluindo a ArcelorMittal e ThyssenKrupp, defende a medida proposta pela União Europeia.
Os principais exportadores para a UE, e consequentemente, os mais atingidos, serão:
- China
- Índia
- Rússia
- Coreia do Sul
- Turquia
- Ucrânia
Brasil
Por sua vez, o Brasil será atingido em sete dos 28 produtos que terão suas importações limitadas:
- laminados planos a quente
- laminados planos a frio
- folhas metálicas
- chapas grossas
- laminados planos de aço inoxidável
- perfis
- outros tubos sem costura
A União Europeia estabeleceu cotas específicas para três produtos brasileiros. Para isso, utilizou dados da média de importação de 2015-2017, com aumento de 5% a cada ano no volume importado.
Assim, as exportações brasileiras que passarem os 5% sofrerão taxação de 25%.
Saiba mais – Brasil torna-se maior exportador mundial de carne, segundo ABIEC
As cotas são para:
- laminados planos a frio: 168,2 mil toneladas a partir de julho. Depois o volume aumenta para 176,6 mil toneladas.
- folhas metálicas: 50,7 mil toneladas dentro da cota a partir de julho, por um ano, passando depois para 53,2 mil toneladas.
- chapas grossas: 1,2 milhão de toneladas.
Para o Brasil, a limitação da exportação de laminados planos a quente não mudará muito na prática. Afinal, esse tipo de aço já está sobre a taxa antidumping, o que inviabiliza suas vendas no mercado europeu.
A cota das chapas grossas de 1,2 milhão de toneladas é cota-mundo. Os principais exportadores, Rússia e Ucrânia, terão cotas específicas.
Desta forma, as expectativas são altas para que o Brasil cresça nesse segmento.
No caso dos laminados a quente de aço inoxidável, o volume de importação permitido pela UE é considerado insuficiente.
A indústria siderúrgica brasileira fez requerimento ao Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) para tentar negociar com a União Europeia uma cota específica dos laminados a quente de aço inoxidável.