O Grupo Ultra (UGPA3), dono de marcas como a rede de postos de gasolina Ipiranga e a distribuidora de gás Ultragaz, está com dois de seus principais ativos de destaque à venda. Oxiteno, que fornece matérias-primas químicas para indústrias de mais de 30 setores, e a Extrafarma, rede de farmácias com 408 lojas e com faturamento de R$ 1,5 bilhão, foram colocados para negociação. Os andamentos dos processos, entretanto, estão se desenrolando de maneiras desiguais.
Segundo o jornal Valor Econômico, a divisão química do Grupo Ultra despertou o interesse de várias empresas, enquanto a Extrafarma, não.
A Oxiteno é avaliada em US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 7,5 bilhões) e, até agora, atraiu a atenção de grupos estrangeiros como a asiática Indorama, a holandesa LyondellBasell e de fundos de investimentos como Advent, Carlyle e Unipar.
No caso da Extrafarma, o sindicato de bancos contratado pela Ultra para a negociação vem sondando empresas do setor mas, até agora, não encontrou interesse. Segundo fontes ouvidas pelo Valor, Raia Drogasil (RADL3) e Drogarias Pacheco já foram sondadas e silenciaram.
Entre os problemas para a negociação das farmácias estaria o fato de o grupo Ultra não ter sinalizado até agora a possibilidade de vender lojas de forma fatiada por regiões.
Ultra quer focar em óleo e gás
O Ultra estaria interessada em se desfazer dos ativos em meio a uma revisão de portfólio e de uma reestruturação do seu modelo de negócio em 2021. A companhia pretende focar seu core business no setor de óleo e gás. Além das vendas, o processo envolve a disputa pelas refinarias da Petrobras (PETR4).
O grupo contratou o banco Morgan Stanley para conduzir o processo pela disputa e já entregou ofertas vinculantes para a compra das unidades Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, tendo preferência pela primeira.
No ano, o Ultra pretende investir R$ 1,9 bilhão, sendo 80% do total direcionados aos segmentos de óleo e gás.