A última crise quase acabou com a zona euro, diz Mario Draghi
O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, declarou que a última crise quase acabou com o euro.
Segundo Mario Draghi, a zona do euro superou uma crise tão grave que chegou a ameaçou sua própria existência. O presidente do Banco Central Europeu (BCE) salientou como o euro estava prestes a implodir por causa das crises da dívida soberana. Situações de forte dificuldade financeira que entre 2011 e 2013 criaram sérios problemas para Portugal, Grécia e Irlanda. Todas economias fortemente endividadas. Mas que também deixaram Espanha, Itália e até França em situações de extrema dificuldade econômica.
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O banqueiro central italiano lembrou que a área monetária comum estava a beira do abismo. Entretanto, ele salientou como hoje a zona do euro está “fora da crise”. Um resultado obtido principalmente graças “à resiliência, à energia e à capacidade empreendedora dos cidadãos europeus, bem como à sua confiança no compromisso dos seus líderes para com o euro”.
Draghi falou no Parlamento Europeu no último balanço anual de seu mandato. O banqueiro central italiano deixa a chefia da autoridade monetária europeia no dia 31 de outubro deste ano.
Para Draghi “é necessário mais trabalho para tornar a zona euro mais resiliente face a crises futuras”. Para ele, a resposta “política e as alterações importantes à arquitetura da União Econômica e Monetária (UEM)”, ajudou a zona do euro a superar a crise.
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“Em muitos aspetos, temos hoje uma união monetária mais forte do que a de 2008. Isto também se reflete na popularidade do euro entre os cidadãos, que atualmente está no seu nível mais alto desde que a moeda foi introduzida. Mas ainda é necessário mais trabalho para completar a UEM, de modo a torná-la mais resiliente face às crises futuras”, pediu Draghi aos parlamentares europeus.
Além disso, para o presidente do BCE “as reformas a nível nacional e o forte compromisso político para com o euro demonstrado pelos decisores políticos europeus foram igualmente decisivos no reforço das bases do nosso projeto comum”.
Todavia, segundo Draghi, são necessárias mais reformas. “Sem mais reformas, não há crescimento”, afirmou o banqueiro central italiano, “Mas as mudanças necessárias levaram tempo, o tempo que a zona do euro perdeu na sua recuperação. A nossa união monetária está agora em melhor forma, mas mais progressos podem e devem ser feitos”.
Para Mario Draghi, a zona euro tem de começar a “utilizar uma ampla combinação de políticas envolvendo instrumentos monetários, orçamentais, prudenciais e estruturais”.