Em nova retaliação, a União Europeia (UE) anunciou uma segunda rodada de sanções contra a Rússia após o país liderado por Vladimir Putin lançar bombas contra zonas civis da Ucrânia.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o bloco condena a “bárbara” invasão da Rússia à Ucrânia e afirmou que a UE irá impor sanções à “setores estratégicos” da economia russa. A declaração foi dada na manhã desta quinta (24), em Bruxelas.
A presidente da comissão adianta que a sanção deve visar “enfraquecer a economia russa” e contará com congelamento de ativos russos no bloco, além do impedimento do acesso dos bancos russos ao mercado financeiro europeu.
“Estamos perante um ato de agressão sem precedentes por parte da liderança russa contra um país soberano e independente. O alvo dos russos não é apenas Donbass [região separatista na Ucrânia], o alvo não é apenas a Ucrânia, o alvo é a estabilidade na Europa e toda a ordem internacional de paz”, disse.
“Responsabilizaremos o Presidente [da Rússia, Vladimir] Putin por isso e, ainda hoje, apresentaremos um pacote de sanções pesadas por parte dos líderes europeus”, completou Von der Leyen.
Ainda nesta quinta (24), líderes europeus devem se reunir em Bruxelas para discutir novas sanções e outras medidas que possam conter o avanço da Rússia diante do agravamento da situação, conforme reportado pelo Suno Notícias.
A Ucrânia decretou estado de emergência após os últimos movimentos do país vizinho. A Duma de Vladimir Putin, por sua vez, reconheceu a independência de Donetsk e Luhansk, regiões no leste da Ucrânia controladas por movimentos separatistas pró-Rússia.
EUA saem na frente com sanções à Rússia
Ainda antes da UE, os Estados Unidos anunciaram sanções ao governo russo. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na terça (23) “sanções muito mais duras” contra a Rússia do que as estabelecidas em 2014 depois da anexação da Crimeia.
“As sanções foram coordenadas com nossos aliados. Nós vamos bloquear duas instituições financeiras: o banco militar e o VEB. Eles [governo russo] não podem mais conseguir levantar dinheiro no Ocidente e nem vender títulos [da dívida soberana] no mercado”, disse em pronunciamento na Casa Branca.
O presidente democrata afirmou ainda que irá impor sanções à membros da elite russa e seus familiares, que começam já nesta quarta (23).
Ainda na segunda (21), o presidente dos EUA assinou uma ordem executiva (equivalente a um decreto presidencial) que aplica sanções sobre as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, no leste da Ucrânia.
Em um post em sua página oficial no Facebook, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia chamou as sanções de “ineficazes e contraproducentes para os próprios interesses dos Estados Unidos”.
“A Rússia provou que pode minimizar as perdas dessas sanções. Mais do que isso, a pressão das sanções não afetará nossa determinação de continuar defendendo nossos interesses”, disse o ministério.
Alegou que os EUA tinham “uma falsa convicção de que ainda tem o direito de impor suas próprias regras da ordem mundial”, apelidando as novas sanções de “chantagem”.
“Estamos abertos apenas à diplomacia baseada em princípios de respeito mútuo, igualdade e consideração dos interesses de cada um”, acrescentou o ministério. “Não há dúvida de que haverá uma resposta forte às sanções, não necessariamente simétrica, mas comedida e considerável para o lado americano.”
O presidente russo, Vladimir Putin, disse em um discurso nesta quarta-feira que Moscou estava aberta à diplomacia, apesar de ter ordenado tropas para o leste da Ucrânia um dia antes.
“Vou começar a impor sanções em resposta, muito além das medidas que nós e nossos aliados e parceiros implementamos em 2014. E se a Rússia for mais longe com essa invasão, estamos preparados para ir além com as sanções”, disse Biden.
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