UE determina embargo ao petróleo russo com efeito imediato
Os 27 Estados-membros da União Europeia chegaram a um acordo para banir as exportações do petróleo da Rússia para o bloco, informou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. “Isso cobre imediatamente mais de 2/3 das importações de petróleo da Rússia, cortando uma fonte imensa de financiamento para sua máquina de guerra”, escreveu o líder europeu em rede social. A decisão, que vinha sendo discutida há semanas pelos líderes da UE, faz parte de um conjunto de sanções econômicas contra a Rússia em retaliação à invasão da Ucrânia.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, elogiou o acordo feito. “De modo efetivo, isso cortará cerca de 90% das importações de petróleo da Rússia para a UE até o fim deste ano”, disse.
Entre outras medidas no novo pacote de sanções, estarão a retirada de um dos maiores bancos russos, o Sberbank, do sistema internacional de pagamentos Swift, o banimento de mais três emissoras estatais russas e sanções a indivíduos considerados responsáveis por crimes de guerra na Ucrânia.
Rússia cortará fornecimento de gás à holandesa GasTerra
Mais cedo, a estatal russa Gazprom declarou que irá interromper o fornecimento de gás à holandesa GasTerra a partir da terça-feira, 31. De acordo com comunicado da GasTerra, a decisão foi feita depois de a companhia holandesa ter afirmado que não atenderia às exigências do presidente russo, Vladimir Putin, de pagar o combustível em rublos.
A empresa holandesa afirmou que não atenderá as exigências de pagamento da Gazprom para não arriscar violar as sanções impostas pela União Europeia, devido à guerra da Rússia na Ucrânia, além de haver muitos riscos financeiros e operacionais ligados à rota de pagamento. “Em particular, a abertura de contas em Moscou sob a lei russa e seu controle pelo regime russo representam um risco muito grande”, afirma, em comunicado.
O corte de oferta pela Gazprom significa que entre agora e 1º de outubro, quanto o contrato se encerra, aproximadamente 2 bilhões de metros cúbicos de gás contratados não serão entregues.
A GasTerra que pertence ao governo dos Países Baixos (50%), à ExxonMobil (25%) e à Shell (25%) afirma que previu tal medida e comprou gás de outros fornecedores.
Petróleo fecha em alta, no maior nível em mais de 2 meses
Os futuros contratos do petróleo fecharam em forte alta nesta segunda-feira (30). O impasse sobre o embargo da União Europeia às importações da commodity russa e o relaxamento da China em relação as restrições da Covid-19 permaneceram dentro do radar, assim como a tensão entre EUA e Irã. O feriado norte-americano ‘Memorial Day’ deixou Nova York sem pregão, deixando a sessão marcada por um menor volume de negócios.
Na Intercontinental Exchange (ICE), o petróleo para agosto encerrou com ganho de US$ 2,04 (+1,72%), a US$ 117,60 por barril. No pregão eletrônico da New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo para julho subia 1,76%, a US$ 117,09 por barril por volta das 14h50 (de Brasília). Os dois contratos rondam os níveis mais altos desde o início de março, há mais de dois meses.
Com Estadão Conteúdo