Guerra na Ucrânia: EUA cogitam veto à importação do petróleo russo; commodity chega a US$ 130

Nesta domingo, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu aos países da comunidade internacional que continuem aplicando sanções contra a Rússia, sobretudo econômicas. Diante do não envio de tropas estrangeiras para ajudar os soldados ucranianos contra a invasão russa, Kuleba sugeriu a interrupção da compra do petróleo russo. Neste domingo, o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, cogitou exatamente essa proibição. Afirmou que os americanos estão discutindo com a União Europeia e com o Japão o corte das importações do petróleo russo, em resposta à intensificação dos ataques na Ucrânia. “Essas conversas ficaram mais ativas”, disse Blinken.

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As declarações de Blinken, após a sugestão do chanceler da Ucrânia, fizeram disparar os preços do petróleo tipo Brent. A commodity chegou a US$ 139,12 o barril na abertura dos mercados na Ásia, segundo a Bloomberg. À 0h30, o preço da commodity recuou para US$ 130 e, à 1h (também no horário de Brasília), era negociada a US$ 129, alta de 9,20%. A notícia estampou capas dos sites dos principais jornais e portais. Assustou os mercados asiáticos, que operam em forte queda. A bolsa de Tóquio caía 3,3% nesse horário.

Preço do petróleo dispara após governo dos EUA afirmar que discute proibição de importação de petróleo da Rússia, diz capa do site do Financial Times

Nesta sexta-feira (4), o petróleo já havia fechado em forte alta. Impulsionada pelo temor de que a guerra entre Rússia e Ucrânia afete a oferta global do ativo, o petróleo acumulou aumento de 25% na última semana, nos contratos mais líquidos em Nova York e Londres — oscilou entre US$ 115,68 (o WTI) e US$ 118,11 (o Brent). O avanço desta semana é o maior desde o início de abril de 2020.

“Pedimos uma nova rodada de sanções contra Rússia. Queremos todos bancos russos excluídos [do sistema internacional], é preciso interromper a compra de petróleo russo. O petróleo russo tem cheiro de sangue. Vemos que muitas multinacionais saíram da Rússia, eu elogio essas decisões. Peço para que todas as empresas parem de investir na Rússia”, disse Kuleba, em entrevista concedida nesta domingo (5). Segundo ele, 113 multinacionais já deixaram a Rússia para enfraquecer o governo de Vladimir Putin.

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No último sábado (26), países ocidentais já haviam anunciado o congelamento de reservas internacionais da Rússia. Além disso, bancos russos estão sendo desligados da plataforma Swift, um sistema de pagamentos entre instituições financeiras de mais de 200 países, coordenados pelos bancos centrais das dez maiores economias do mundo. Essa medida complica ainda mais o funcionamento do sistema financeiro russo, ao atrasar o pagamento de transações comerciais e financeiras.

Dias depois, os Estados Unidos anunciaram uma ampliação nas sanções. As medidas devem afetar empresas que atuam no setor de Defesa do país euroasiático. Além disso, serão impostas restrições às importações de bens tecnológicos do principal aliado russo, Belarus, cujo território tem sido usado pelas Forças Armadas da Rússia em ataques contra alvos ucranianos.

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Na entrevista, Kuleba também pediu para que a China e Índia se juntem aos esforços para parar a guerra e convençam Putin a encerrar o conflito. Para o ministro, a guerra é contra os interesses da China, por afetar o comércio internacional. Já a Índia, segundo ele, é prejudicada porque é um dos principais compradores de produtos agrícolas da Ucrânia e a guerra compromete as próximas colheitas.

“A Índia tem que pedir ao Putin para parar essa guerra. Estamos lutando porque Putin não reconhece o nosso direito de existir”. Tanto Índia como China evitaram se colocar contra a Rússia no Conselho de Segurança das Nações Unidas e se abstiveram de aprovar uma Resolução condenando o ataque.

Ele também afirmou que a invasão russa não afasta o desejo da Ucrânia de fazer parte da União Europeia. “Putin pode jogar bombas sobre nós, mas isso não vai mudar a posição do povo ucraniano de querer ser parte da União Europeia”. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já pediu uma adesão imediata ao bloco.

O chanceler ucraniano também agradeceu a ajuda humanitária que tem sido enviada ao país. Segundo ele, a comunidade ucraniana no exterior conseguiu arrecadar US$ 7,5 milhões. Além disso, ele registrou o recebimento de 183 toneladas de ajuda humanitária.

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Kuleba negou impedir a saída de estudantes estrangeiros da Ucrânia. Afirmou que o país está prestando assistência a esses estudantes e criou uma linha de emergência para que eles peçam socorro às embaixadas de seus respectivos países. Por fim, o chanceler pediu que o mundo aprenda com os erros do passado e evite uma nova guerra no continente europeu.

“Os líderes do mundo precisam mostrar que isso não pode acontecer de novo. Provem que vocês querem que isso nunca mais aconteça, aprendam com as lições do passado. Isso [a invasão russa] pode levar o continente inteiro a uma devastação”, disse ainda o chanceler da Ucrânia.

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Com Agência Brasil

Marco Antônio Lopes

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