Em mais uma reunião diplomática para buscar um cessar-fogo para a invasão da Rússia na Ucrânia, autoridades dos países retomaram negociações nesta quarta-feira (16).
Segundo informações do jornal “The Financial Times”, as partes se aproximaram de um acordo para aprovar um plano de 15 pontos que prevê um cessar-fogo se o governo da Ucrânia aceitar um decreto de neutralidade e a imposição de limites às forças armadas.
Segundo as leis das relações internacionais, neutralidade é a obrigação de um Estado de não interferir em conflitos militares de terceiros. No caso da Ucrânia, essa obrigação seria imposta unilateralmente pela Rússia.
A Rússia exige que a Ucrânia também não ingresse na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e rejeite a proteção dos EUA e aliados nas negociações que ocorrem entre as delegações dos dois países para um possível cessar-fogo.
Na lista de exigência do governo Putin, constam:
- que a Ucrânia renuncie às suas ambições de ingressar na Otan
- que o país prometa não receber bases militares estrangeiras ou armamento em troca de proteção de aliados como EUA, Reino Unido e Turquia
O acordo teoricamente implicaria em um cessar-fogo e em uma retirada das tropas russas.
Em parecer recente, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, descartou o envio de tropas para a Ucrânia, embora tenha anunciado que a aliança militar transatlântica se prepara para mobilizar tropas adicionais no leste da Europa.
Putin cita ‘traidores’ que ajudariam a Ucrânia
A exigência da Rússia se dá logo após o presidente Vladimir Putin afirmar que russos pró-ocidentais, rotulados como “traidores”, podem tentar prejudicar a Rússia.
Putin disse em uma reunião transmitida pela TV que grupos poderiam ser usados como uma “quinta-coluna” – jargão militar utilizado para se referir a grupos clandestinos que colaboram com o lado inimigo com propaganda, sabotagens e ações de dentro.
“Claro que eles [o Ocidente] vão tentar apostar na chamada quinta-coluna nos traidores – naqueles que ganham seu dinheiro aqui, mas vivem lá. Viver não no sentido geográfico, mas de seus pensamentos servis”, disse Putin, momentos antes das negociações com a Ucrânia.
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