UBS (UBSG34) anuncia plano de redução de custos de US$ 10 bi e demissões de 3 mil funcionários

O grupo bancário UBS (UBSG34) anunciou, nesta quinta-feira (31), um plano de redução de custos de US$ 10 bilhões que engloba corte de três mil postos de trabalho em sua matriz na Suíça, informa a Reuters. O anúncio ocorre um ano após do banco ter adquirido o Credit Suisse (C1SU34).

Com isso, de acordo com a Reuters, serão cortados um em cada 12 empregos na Suíça. Um dos motivos da decisão é prosseguir com a decisão de absorver o braço local do Credit Suisse (C1SU34), única divisão do ex-rival que apresentou resultados positivos – em vez de cindi-lo.

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“Nossa análise mostra claramente que uma integração total é o melhor resultado para o UBS e para a economia suíça”, disse o presidente-executivo do UBS, Sergio Ermotti, à Reuters.

Depois do anúncio, as ações da UBS tiveram as maiores altas desde 2008.

No entanto, a decisão da absorção das operações do Credit Suisse é questionada na Suíça. Alguns analistas ouvidos pela Reuters avaliam que a cisão do Credit Suisse teria evitado um grande risco sistêmico ao país e diminuindo o impacto negativo sobre emprego e questões concorrenciais.

UBS conclui compra do antigo rival Credit Suisse

Em junho, o UBS Group concluiu a aquisição do antigo rival, Credit Suisse Group AG (C1SU34), considerada a maior fusão no setor bancário desde a crise financeira de 2008.

A negociação, feita de forma emergencial após o banco afirmar que enfrentava uma forte crise financeira, foi fechada após o UBS finalizar as negociações com o governo suíço sobre uma garantia de 9 bilhões de francos suíços – cerca de US$ 10 bilhões – contra possíveis perdas com ativos do Credit Suisse.

Com a conclusão da aquisição, os dois bancos criam um gigante global, com um balanço patrimonial estimado em US$ 1,6 trilhão, informou a Reuters. Ainda de acordo com a agência de notícias, ao todo, o UBS administrará US$ 5 trilhões em ativos, dando à instituição uma posição de liderança em mercados-chave.

A fusão também encerra a história de 167 anos do Credit Suisse, marcada por escândalos e prejuízos.

Em comunicado à imprensa, Colm Kelleher, presidente do UBS Group AG, falou sobre o impacto de reunir, pela primeira vez, dois bancos globais sistematicamente importantes. “À medida em que começamos a operar o grupo bancário consolidado, continuaremos a ser guiados pelos melhores interesses de todas as partes interessadas, incluindo investidores”.

Na nota, o UBS afirmou esperar que seu índice CET1, uma medida importante da força do capital, fique em torno de 14% no segundo trimestre de 2023 e permaneça nesse nível ao longo do ano. “As perdas operacionais do Credit Suisse e os encargos de reestruturação serão compensados por reduções nos ativos ponderados pelo risco”, acrescentou.

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Fitch rebaixa UBS e eleva Credit Suisse, após conclusão de aquisição

Em comunicado divulgado em junho, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou os ratings de longo prazo do UBS de A+ para A e elevou os ratings do Credit Suisse de BBB+ para A+, após a conclusão da aquisição do Credit pelo UBS. A perspectiva dos ratings é estável.

“Esperamos que a integração pese inicialmente na lucratividade operacional do grupo ampliado, já que o UBS precisará estabilizar a gravemente prejudicada capacidade de geração de receita do Credit Suisse, e, ao mesmo tempo, alinhar rapidamente sua base de custos com seu potencial de ganhos futuros e concluir a liquidação de atividades não essenciais iniciada pelo Credit Suisse”, disse a Fitch.

Devido à complexidade do UBS e Credit Suisse, a Fitch previu que a “desafiadora integração exigirá vários anos” para ser completada.

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Vinícius Alves

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