O UBS decidiu suspender o seu plano de recompra de ações após o anúncio da compra do rival Credit Suisse por 3 bilhões de francos suíços, cerca de US$ 3,25 bilhões.
A política de distribuição de dividendos do banco, porém, será mantida intacta, segundo o chairman do UBS, Colm Kelleher.
“É um dia histórico. Na Suíça é um dia que, francamente, esperávamos que não viesse”, disse ele, ao iniciar teleconferência com analistas para comentar a compra do Credit Suisse, neste domingo.
Kelleher reforçou que, a despeito da aquisição do Credit, o UBS segue “firmemente comprometido” com sua estratégia de crescimento orgânico.
Ele afirmou que vários eventos nas últimas semanas instaram o UBS a considerar uma aquisição do Credit Suisse, motivada por órgãos reguladores da Suíça, para preservar a estabilidade financeira global.
Como consequência à aquisição, ele anunciou que no curto prazo, resultará na suspensão temporária de programa de recompra de ações do UBS. “Embora nossa política progressiva de dividendos permaneça intacta”, acrescentou o chairman do banco.
Kelleher afirmou ainda que, embora o UBS não tenha iniciado as discussões com o Credit, o banco considera a transação “financeiramente atraente” para os seus acionistas.
De acordo com ele, a transação foi estabelecida de uma forma que vai proteger o banco de perdas adicionais e deve apoiar o crescimento dos lucros ao longo do tempo, fora que os termos da transação têm total apoio de os reguladores relevantes e assegura a estabilidade financeira para todos os nossos stakeholders.
“Isso inclui suporte de liquidez muito significativo fornecido pelo Swiss National Bank“, acrescentou.
Após compra do Credit pelo UBS, EUA elogiam apoio à estabilidade financeira
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, e o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, elogiaram os anúncios das autoridades suíças para apoiar a estabilidade financeira após o UBS ter chegado a um acordo para comprar o Credit Suisse por 3 bilhões de francos suíços (US$ 3,25 bilhões) neste domingo (19).
O acordo foi costurado pelas autoridades suíças, e o presidente do país, Alain Berset, confirmou a aquisição em entrevista coletiva.
O Banco Central da Suíça vai fornecer um empréstimo de 100 bilhões de francos suíços (US$ 108 bilhões) apoiados por uma garantia de inadimplência federal para apoiar a venda do Credit Suisse ao UBS, que deve ser concluída até o fim do ano.
“Saudamos os anúncios das autoridades suíças hoje para apoiar a estabilidade financeira. As posições de capital e liquidez do sistema bancário dos EUA são fortes, e o sistema financeiro norte-americano é resiliente. Mantivemos contato próximo com nossas contrapartes internacionais para apoiar a sua implementação”, disseram Yellen e Powell, em comunicado após o acordo entre UBS e Credit.
Com Estadão Conteúdo