Em relatório divulgado nesta segunda-feira (18), o UBS disse enxerga os bancos brasileiros com uma queda de rentabilidade no quarto trimestre de 2020, em comparação ao mesmo período de 2019. De acordo com a instituição, o ROAE médio do Itaú (ITUB4), Santander (SANB11), Bradesco (BBDC4) e BTG Pactual (BPAC11) no período deve ficar em 16,75%, contra 20,6%.
Para o banco suíço, Itaú e Bradesco devem elevar o lucro por ação (LPA) do período em aproximadamente 4%, ao passo que Santander e BTG devem ficar com o resultado estável.
Além disso, o UBS prevê a divulgação de guidances pelos bancos, como tradicionalmente já fazem em todo fim de ano. Isso pode ser realizar em função da caminhada pela normalização da economia brasileira. É esperada uma redução do Opex (Operational Expenditure), com contração nas despesas, e baixa no custo do risco. As margens também podem ser contraídas, em todos os players.
O banco europeu também estima que o índice de inadimplência permanecerá sob controle, melhorando a posição de capital dos bancos brasileiros. Os empréstimos vencidos há mais de 90 dias devem continuar em patamar baixo no período entre outubro e dezembro. Os menores períodos de inadimplência também demonstram sinais de deterioração.
As recomendações do UBS para o setor são:
Banco | Recomendação | Preço-alvo (12 meses) |
Bradesco | Compra | R$ 34 |
Itaú | Compra | R$ 40 |
BTG Pactual | Compra | R$ 93 |
Santander | Neutra | R$ 44 |
UBS tem um preferido: Bradesco
O preferido dos analistas Thiago Batista, Olavo Arthuzo e Philip Finch é o Bradesco. Para eles, o banco liderado por Octavio de Lazari Júnior é que melhor combina o atual valuation às perspectivas de ganhos.
O banco espera que a instituição apresente um lucro líquido de R$ 5,5 bilhões, o que representaria uma alta de 9% no trimestre, e queda de 18% na relação anualizada. O portfólio doméstico deve se expandir rapidamente, além de que o menor custo de crédito tem impulsionado o LPA. O guidance de 2021 deve surpreender positivamente, segundo os analistas.
Segundo o UBS, o resultado do Itaú também será positivo, mesmo considerando as margens de crédito pressionadas. O guidance para este ano deve apresentar alguma expectativa por recuperação nas taxas de serviço. Também é esperado que as Provisões para Devedores Duvidosos (PDD) sejam contraídas.
Já para o Santander, o UBS tem a expectativa de uma leve contração no ROAE, de 20% no terceiro trimestre para 19% no quarto trimestre. É projetado um lucro de R$ 3,7 bilhões, enquanto é possível que o guidance não seja disponibilizado aos investidores.
A expectativa do UBS para o BTG, por sua vez, é uma estabilidade de lucro na casa de R$ 1 bilhão. O banco suíço prevê uma leve queda na receita total, em função da normalização no sales and trading, mas com uma dinânima positiva no negócio de gestão de ativos e fortunas e no banco de investimento. Os custos devem permanecer altos por conta dos investimentos na plataforma digital.