Ubook, startup carioca, prepara IPO em Toronto

A Ubook, startup brasileira de audiolivros está preparando a sua oferta pública inicial de ações (IPO) na Bolsa de Valores de Toronto (TSX) para o início de 2020.

Na semana passada, a Ubook recebeu o investimento de R$ 20 milhões da Confrapar, gestora de fundos para empresas de tecnologia. O intuito da escolha da bolsa canadense é proporcionar mais liquidez aos investidores que já realizaram aportes na empresa, além de poder utilizar ações como moeda de troca em negociações.

A entrada na TSX será realizada por meio de um “reverse takeover” (aquisição reversa). Nesse tipo de movimentação, uma companhia de capital fechado usa uma empresa já listada na bolsa, porém, inativa, para ser negociada. No caso da Ubook, será utilizada uma empresa do “shell company”.

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“A shell company é uma empresa que chegou a ter operação mas se encontra dormente”, afirmou o advogado Antonio Tavares Paes, do escritório Costa Tavares Paes ao jornal “Valor Econômico”.

“A empresa [que realiza a aquisição reversa] injeta capital direta ou indiretamente na companhia inativa e passa a ser coligada, afiliada ou subsidiária dela”, disse o jurista.

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Dessa forma, segundo Paes, uma empresa brasileira que adquire outra registrada na bolsa de valores dos Estados Unidos ou do Canadá, por exemplo, adquire mais credibilidade. A startup terá que se adaptar às regras inerentes à governança empresarial no âmbito internacional.

Estratégia da Ubook

Flávio Osso, criador e CEO da Ubook, disse que a companhia terá um escritório na capital canadense. Lá o diretor financeiro e as equipes de marketing e relações com investidores ficarão mais próximos do mercado onde atuarão.

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Fundada em 2014, no Rio de Janeiro, a Ubook surgiu como empresa de streaming de audiolivros. Nela, o consumidor paga uma assinatura mensal para ter acesso ao conteúdo oferecido.

Entretanto, a partir de março deste ano, a startup aumentou a diversificação de seu conteúdo. Desde então, a empresa atua com a oferta de notícias em tempo real, séries e documentários em áudio, além de resumos de jornais.

O portfólio de mais de 380 mil títulos – entre audiolivros, e-books e podcasts – também terá programas de entrevistas gravados e revistas em formato de áudio, segundo o planejamento da startup carioca.

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“Em vez de nos expandirmos no exterior, estamos reforçando o conteúdo”, afirmou Osso. O objetivo de operar em 12 países até o fim do ano passado acabou não se concretizando. Além disso, a perspectiva de alcançar 18 mercados até março deste ano também não foi alcançado.

O processo de expansão internacional desacelerado está ligado à entrada recente da concorrente sueca Storytel no Brasil. Além disso, os planos da americana Audible de entrar no Brasil no ano que vem também dificultaram o andamento da estratégia, disse Osso.

A Ubook, atualmente, está presente em nove países, incluindo o Brasil, e planeja expandir suas atividades a outras oito nações.

Jader Lazarini

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