O Uber registrou um crescimento de seu prejuízo de 190% no primeiro trimestre de 2020. O aplicativo de transporte divulgou seu resultado trimestral nesta quinta-feira (7).
Segundo o documento, o Uber registrou um resultado negativo de US$ 2,936 bilhões (cerca de R$ 17 bilhões) entre janeiro e março deste ano, contra um resultado negativo de US$ 1,012 bilhão no mesmo período de 2019.
O efeito da pandemia de coronavírus (covid-19) aparece evidente no balanço do aplicativo, pois o faturamento do transporte passageiro diminuiu de 5%, passando de US$ 11,446 bilhões no primeiro trimestre de 2019 para US$ 10,874 bilhões no primeiro trimestre de 2020.
Por sua vez, o faturamento do setor de entrega de comida (Uber Eats), aumentou de 52% na comparação, passando de US$ 3,071 bilhões para US$ 4,683 bilhões.
O faturamento total com as reservas cresceu de 8% na comparação anual, alcançando US$ 15,8 bilhões. Enquanto a receita total cresceu 14% em relação ao ano anterior.
O EBITDA ajustado ficou negativo em US$ 612 milhões, registrando uma melhora de 30% em relação ao mesmo período do ano passado, quando tinha ficado também negativo em US$ 869 milhões.
Uber duramente atingido pela pandemia
A companhia também informou que foi duramente atingida pela crise causada pelo coronavírus (covid-19).
“Enquanto nosso negócio de corridas foi duramente atingido pela pandemia em curso, tomamos medidas rápidas para preservar a força de nosso balanço, focar recursos adicionais no Uber Eats e nos preparar para qualquer cenário de recuperação”, declarou Dara Khosrowshahi, CEO do aplicativo.
“Juntamente com o aumento no fornecimento de alimentos, somos encorajados pelos primeiros sinais que estamos vendo nos mercados que estão começando a se abrir novamente. Nossa presença global e estrutura de custos altamente variável continuam sendo uma vantagem importante, pois nossa expectativa é de que a recuperação das corridas varie de acordo com a cidade e o país”, afirmou Khosrowshahi.
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“Nossa ampla liquidez nos fornece uma flexibilidade substancial para enfrentar a crise atual, mas estamos sendo proativos e adotando ações para sair da crise mais fortes e mais focados como empresa”, declarou Nelson Chai, CFO do Uber.
“Saímos recentemente de oito mercados não lucrativos do Eats, reduzimos significativamente o tamanho de nossas equipes de suporte e recrutamento de clientes e fundimos nossa unidade JUMP no Lime. Com base nos passos que já tomamos, continuamos a olhar para todas as alavancas para garantir que nossos principais negócios de corridas e Eats saiam dessa crise mais fortes do que nunca”, disse Khosrowshahi.
O faturamento do Uber continua se concentrando na região “Estados Unidos e Canadá”, com quase 2/3 do total mundial. Entretanto, a região onde o aplicativo mais cresce é a “Ásia Pacífico”, com um aumento de 32% no faturamento. A América Latina é a região onde o faturamento cresce menos, com um aumento de apenas 10% na comparação anual.
Balanço apresentado um dia depois de demissões
O balanço trimestral do Uber foi apresentado um dia após o anúncio de demissões de aproximadamente 3.700 funcionários da empresa. A decisão foi tomada para diminuir os custos, devido a crise decorrente da pandemia de coronavírus.
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O aplicativo informou a Securities and Exchange Commission (SEC) dos cortes em um relatório enviado na última quarta-feira (6).
O Uber, sediado em San Francisco, na Califórnia, terá que pagar cerca de US$ 20 milhões em indenizações com os cortes realizados. Os setores mais afetados pelas baixas foram os de suporte e recrutamento de clientes.