Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, disse no último sábado (17) não estar pronto para fazer um acordo com a China. A guerra comercial nas últimas semanas foi marcada por retaliações de ambas as partes.
A disputa tem impactado os mercados financeiros de todo o mundo, ampliando a discussão sobre uma possível recessão global. A desvalorização do yuan para o menor nível dos últimos 10 anos e as críticas de Trump ao Banco Central chinês, por exemplo, mostraram ao mundo que esse conflito está longe de acabar.
Entretanto, apesar de ainda não estar pronto para assinar um acordo com a China, Trump afirmou que seu governo tem tido conversas “muito substanciais” com líderes do gigante asiático. Segundo ele, em entrevista rápida a repórteres, “os chineses querem fazer um acordo. Vamos ver o que acontece”.
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O presidente dos EUA ainda disse que a “China precisa mais de um acordo do que os Estados Unidos”. Ele considera os chineses “muito orgulhosos, enquanto sua economia está com problemas”.
Trump aproveitou para ressaltar que os norte-americanos não devem fazer negócios com a Huawei por “questões de segurança”. A empresa é uma gigante da tecnologia de origem chinesa, e tem apresentado resultados expressivos tanto em aparelhos vendidos a consumidores quanto em serviços prestados a empresas.
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Trump nega possível recessão norte-americana
Em conjunto ao discurso do presidente, fontes da Casa Branca negaram toda e qualquer preocupação com uma possível retração econômica no país. Mesmo com o mercado de juros sendo volátil na última semana, veem baixo o risco de uma recessão.
Larry Kudlow, conselheiro econômico da Casa Branca, afirmou à rede americana de TV Fox News: “Não há nenhuma recessão à vista”. “Os consumidores estão trabalhando, os salários estão em alta. Acho que estamos em muito boa forma”, disse.
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Além da apreensão nas bolsas de todo o mundo, na semana passada houve um movimento no mercado de juros estadunidense que serviu de alerta aos investidores, assustando-os. Os juros para papéis com vencimento em 10 anos chegaram a estar abaixo da remuneração paga a títulos com prazo de até dois anos, causando uma reversão na taxa de juros.
Peter Navarro, conselheiro econômico do governo americano, minimizou o fato, e disse que existe a expectativa de atração de investimentos para a economia dos Estados Unidos.
“Temos a economia mais forte do mundo, e o dinheiro está entrando no nosso mercado de ações. O investidor também busca rendimentos em nosso mercado de títulos”, afirmou Navarro à emissora ABC. “(As tarifas impostas à China) não estão machucando ninguém”.
Trump, no entanto, pressiona o Federal Reserve (FED) para que os juros norte-americanos sejam abaixados para que possam competir com a China.
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