Trump volta a pedir cortes de juros pelo Fed e acusa Powell de favoritismo político
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a pedir cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) e a atacar a postura de Jerome Powell na presidência do BC norte-americano, acusando-o de favoritismo político sobre a gestão anterior, do ex-presidente Joe Biden.

Trump retomou argumento de que “praticamente não há inflação” no país, em publicação divulgada na manhã desta segunda-feira (21) em postagem na rede Truth Social.
“Muitos estão pedindo por ‘cortes preventivos’ nas taxas de juros”, escreveu o republicano, sem detalhar a quem se referia. “Powell está sempre ‘atrasado demais’, exceto no período de eleições, quando baixou juros para ajudar o sonolento Joe Biden, e depois Kamala [Harris]. E no que deu isso?”
Trump defendeu que os preços e custos “da maior parte das coisas” nos EUA estão em uma “boa trajetória de queda”, como ele “previu que aconteceria”, incluindo nos setores de energia e alimentos.
“Mas pode ocorrer uma desaceleração da economia, a menos que o sr. Atrasado Demais, um grande perdedor, reduza as taxas de juros, AGORA”, disse Trump, voltando a citar como exemplo o ciclo de relaxamento monetário do Banco Central Europeu (BCE) na Europa. A próxima reunião do Fed será em 6 e 7 de meio.
Trump x Powell: dirigente do Fed pede respeito à independência
Trump tem intensificado os ataques a Jerome Powell, falando até numa possível demissão. Com mandato até maio de 2026, o presidente do Fed tem estabilidade, e sua dispensa poderia acabar numa crise com risco de decisão na Suprema Corte.
Em entrevista à CNBC, o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou que a independência da instituição é essencial para controlar o desemprego e a inflação dos Estados Unidos. “Quando não há independência temos desemprego e inflação elevados, crescimento ‘quebrado’. Nossos mandatos e condições são estabilidade de preços e emprego pleno”, afirmou Goolsbee.
Ele disse, no entanto, que não falaria especificamente sobre as declarações de Trump a respeito da instituição ou do presidente do Fed, Jerome Powell. Declarou, ainda, que a desaceleração da economia pode representar um risco maior que a questão inflacionária, mas que ainda é preciso aguardar o impacto da guerra tarifária iniciada por Trump para entender o impacto das tarifas na economia do país.
“Precisamos esperar o fim das negociações com outros países e ver o rumo dos acordos. Vamos ver como a cadeia de negociações comerciais com outros países vai se sair e, se no final disso tivermos novos acordos e a produtividade continuar alta, podemos ter uma recuperação da indústria”, afirmou Goolsbee.
Com Estadão Conteúdo