Trump aponta insatisfação com acordo entre Oracle e TikTok
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demonstrou insatisfação com o acordo de parceria tecnológica entre a Oracle e o TikTok. O mandatário afirmou que não ficaria feliz se a controladora do aplicativo chinês, ByteDance, tivesse uma participação majoritária na nova empresa.
“Conceitualmente, não gosto disso. Não me foi dito… Se for esse o caso, não vou ficar feliz com isso”, disse o presidente. No início desta semana a Oracle, empresa de tecnologia estadunidense, confirmou uma parceria tecnológica com a chinesa TikTok, em vez de uma venda direta como era esperado por Trump.
O acordo entre as companhias consiste na criação de uma nova empresa com sede nos Estados Unidos e participação majoritária da ByteDance. A Oracle seria uma provedora confiável de tecnologia e assumiria o gerenciamento dos dados de usuários do aplicativo nos EUA.
Segundo o jornal “Financial Times”, a empresa norte-americana manteria a supervisão total do algoritmo, qualquer atualização técnica desenvolvida pela ByteDance seria testada pela Oracle para garantir que nenhum dispositivo fosse introduzido para espionar os cidadãos estadunidenses.
Em razão da guerra comercial com a China e a segurança nacional do país, Trump ameaçou banir o TikTok dos EUA. O mandatário permitiu ao aplicativo a venda de seus ativos até o dia 20 de setembro, caso não venda, deverá enfrentar a proibição de operar no país.
O Comitê de Investimento Estrangeiro dos EUA, painel responsável pela segurança nacional, está examinando a proposta. O comitê deve analisar a privacidade de dados e a segurança cibernética.
Os detalhes da negociação serão apresentados nesta quinta-feira (17) ao presidente. “Deve ser 100% no que diz a respeito à segurança nacional”, disse Trump.
O acordo de parceria gerou preocupação entre os senadores republicanos. Marco Rubio, senador da Flórida, e outros cincos, escreveram uma carta ao secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, afirmando que o presidente não deveria aprovar nenhuma proposta que permitisse a empresa chinesa manter o controle do algoritmo.
“Continuamos a nos opor a qualquer acordo que permita que entidades baseadas na China ou controladas retenham, controlem ou modifiquem o código ou algoritmos que operam qualquer versão do TikTok baseada nos EUA”, escreveu Rubio.
Investidores se opõe a venda forçada do TikTok
Tanto investidores chineses quanto estadunidenses se opõe a uma venda de 100% da rede social, como foi considerada inicialmente. Os investidores do país asiático não desejam uma venda forçada que acreditam ser inferior ao real valor do TikTok, e investidores dos Estados Unidos temem assumir todo o risco de 100% da plataforma.
A ideia de uma sede nos Estados Unidos com uma administração compartilhada se tornou uma potencial concessão, porém ainda não se sabe o presidente norte-americano estará disposto a comprometer suas alegações sobre segurança nacional.
O que é certo é: o governo de Donald Trump está se movendo rápido por conta do prazo limite, previsto para domingo, quando o TikTok poderia ser banido na hipótese de não haver um acordo até lá.