O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, amenizou seus discursos em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (22) na Casa Branca, sede do governo norte-americano, em Washington. Ele sinalizou que as tarifas de importação sobre a China serão reduzidas e que não vai demitir o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.
O presidente afirmou que as tarifas de 145% atualmente em vigor sobre a China são “muito altas”, ainda que os produtos eletrônicos tenham sido submetidos a taxas menores. “Não será tão alto. Vai cair bastante. Mas não vai ser zero. Costumava ser zero”, declarou Trump.
As tarifas sobre a China começaram em 34%, no dia do “tarifaço”, em que o líder dos EUA anunciou novas tarifas a mais de uma centena de países. O problema é que os chineses, alegando reciprocidade, decidiram taxar a importação de produtos norte-americanos pelo mesmo patamar, e os números foram escalando até chegar aos atuais — 145% dos EUA sobre produtos chineses e 125% no sentido contrário.
Nos últimos dias, dirigentes do Departamento de Comércio norte-americano vêm conduzindo negociações com outros países, e o próprio Trump realizou encontros sobre o assunto com representantes japoneses e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. Já o vice-presidente JD Vance anunciou nesta terça ter encaminhado entendimentos com a Índia. Dirigentes da União Europeia também acreditam num acordo em breve.
Trump x Powell: discurso mais leve
No caso do presidente do Fed, o Banco Central norte-americano, Trump afirmou que não planeja demitir Jerome Powell, que está no cargo desde 2018, quando foi indicado pelo próprio Trump, em seu primeiro mandato, e foi reconduzido por Joe Biden em 2022. O mandato de Powell acaba em maio de 2026.
“Gostaria de vê-lo ser um pouco mais ativo em termos de sua ideia de reduzir as taxas de juros, mas não, não tenho intenção de demiti-lo”, disse o presidente, num claro recuo. Trump levantou reservadamente a assessores a possibilidade de demitir Powell e, na semana passada, expressou confiança de que tinha autoridade para destituir o dirigente da autoridade monetária.
Em postagens nas redes sociais, Trump chegou a dizer que, se quisesse, Powell sairia do cargo “muito rápido”. As falas desencadearam volatilidade, com queda das bolsas norte-americanas na quinta-feira (17), antes da Páscoa, e na reabertura do mercado, na segunda-feira (21). Nesta terça, antes das falas mais amenas, as bolsas se recuperaram, puxadas pelo silêncio de Trump, visto pelo mercado como um recuo. As declarações dessa entrevista devem confirmar a impressão, ao menos no curto prazo.
Com Estadão Conteúdo
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