O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode ameaçar montadoras e autopeças importadas com tarifas alfandegárias. No entanto, a ação pode acontecer após o Departamento de Comércio dos EUA entregar um relatório confidencial ao presidente.
De acordo com autoridades da indústria automobilística, na última sexta-feira (15), o documento entregue pode fazer com que Donald Trump considere as importações como uma ameaça à segurança nacional.
A partir do relatório as tarifas podem chegar até a 25% sobre carros e peças importados. Dessa forma, ação pode custar centenas de milhares de empregos nos EUA.
Entretanto, o conteúdo dos papéis seguirá confidencial enquanto Trump considera as recomendações. Dessa forma, os exportadores de automóveis e peças ficam no “escuro” em relação a decisão e as possíveis consequências dela.
De acordo com autoridades da indústria automobilística, a expectativa é que o relatório recomende a aplicação de algumas tarifas para ajudar os Estados Unidos nas negociações com Japão e União Europeia, neste ano.
O documento é uma sequência da investigação do Departamento de Comércio em maio de 2018, a pedido de Trump. No entanto, o processo tinha como objetivo avaliar os efeitos da importação na segurança nacional.
Segundo a “Reuters”, a versão final deve ser entregue à Casa Branca neste domingo.
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Tarifas alfandegárias
Tanto montadoras quanto fornecedores de peças estimam que o relatório irá indicar a implementação de 20% a 25% sobre carros e peças. Além disso, é esperado tarifas mais restritas voltadas a componentes e tecnologias de carros novos ou autônomos, conectados à internet.
De acordo com o relatório do Centro para Pesquisa Automotiva, na última sexta-feira (15), apontou que no pior dos casos a tarifa de 25% geraria a perda de 367 mil empregos no setor automobilístico dos Estados Unidos.
O relatório ainda aponta que os veículos leves teriam uma alta média de US$ 2.750 em seus preços. Assim, 1,3 milhão de unidades deixaram de ser vendidas anualmente, forçando os consumidores a buscar o mercado de carros usados.
Acordo comercial
As tarifas não assustam apenas as empresas europeias. Os Estados Unidos e a China negociam um acordo comercial para que não haja alta nas tarifas sobre importações
A ameaça dos Estados Unidos é de que sejam aumentadas as tarifas sobre US$ 200 bilhões de importações chinesas. Isso, caso não seja fechado nenhum acordo comercial até 1º de março.
No entanto, Trump deve elevar as tarifas de 10% para 25% após o prazo.
Além disso, presidente dos Estados Unidos afirmou, na última sexta-feira (15), que pode prorrogar o prazo para o fechamento do acordo comercial com a China, previsto para 1º de março.
“Existe uma possibilidade de eu prorrogar a data“, disse Donald Trump sobre o acordo comercial em entrevista à imprensa.
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