Trump afirma que Boeing é uma “grande decepção”
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que a Boeing é uma “grande decepção”. A crise que a fabricante de aeronaves norte-americana enfrenta no atual momento com o 737 MAX pode afetar a economia do país.
“A Boeing é uma grande, grande decepção para mim. Foi até um ano atrás um dos maiores grupos do mundo e de repente muitas coisas aconteceram. Estou muito decepcionado, tudo isso teve um grande impacto econômico”, afirmou o mandatário ao jornal americano “CNBC”, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça.
No início de janeiro, o secretário do Tesouro norte-americano Steve Mnunchin, disse que os problemas com 737 MAX podem diminuir o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA em 0,50% neste ano.
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“Para esse ano, esperamos um crescimento entre 2,5% e 3%. Como eu disse, pode ser mais próximo de 2,5% por conta dos ajustes dos números da Boeing”, afirmou Mnuchin.
A estimativa do secretário para o crescimento da economia do país é mais otimista que a maioria dos economistas norte-americanos, de acordo com levantamento da agência de notícias “Bloomberg”. O consenso em janeiro era de um crescimento em torno de 1,8%, equivalente a uma queda em relação aos 2,3% do ano passado.
A maior parte do impacto viria de exportações. A fabricante de aeronaves exporta três quartos de sua produção, o que representa uma parte importante do comércio exterior dos EUA.
“Ao falar sobre crescimento, as consequência (dos problemas da Boeing) são enormes”, completou Trump.
Boeing 737 MAX
O Boeing 737 MAX, modelo mais vendido da história da companhia, não pode voar no mundo inteiro desde março de 2019 após dois acidentes. Em 29 de outubro de 2018, a aeronave caiu no mar de Java, na Indonésia, matando 189 pessoas.
No dia 10 de março do ano passado, o mesmo modelo da avião caiu na Etiópia, vitimando 149 passageiros e 8 tripulantes, deflagrando a maior crise já vista na empresa em seus pouco mais de 103 anos.
O problema teria sido causado pelo sistema de bordo da aeronave, segundo as investigações. Além disso, documentos vazados mostram que funcionários da empresa tinham conhecimento de que havia falhas na segurança das aeronaves.
A crise levou à demissão do então CEO global da Boeing, Dennis Muilenburg, e já custou mais de US$ 9 bilhões (R$ 37,2 bilhões na cotação atual) à companhia.