A taxa básica de juros (Selic) é o parâmetro para os juros da economia do Brasil. O indicador pode ser explicado como a taxa que o governo paga para renumerar o dinheiro que pega emprestado.
Na base da Selic, os bancos comerciais também baseiam suas taxas de juros, seja para remunerar o dinheiro que pegam emprestado ou para cobrar juros de empréstimos que concedem. Dessa forma, a taxa influencia a vida de todos os cidadãos.
Até porque o Banco Central (BC) utiliza a Selic para controlar a inflação e, caso seja necessário, estimular a atividade econômica através da política monetária.
Corte da Selic
No dia 18 de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC determinou um novo corte, de 0,5%, na Selic.
Dessa forma, a Selic ficou em 5,50% ao ano e atingiu mais um recorde de mínima histórica. A ocasião marcou o segundo corte da taxa básica de juros desde o começo do mandato de Roberto Campos Neto, que teve início em fevereiro deste ano.
Onde investir com a Selic tão baixa?
O especialista em renda variável e em macroeconomia, da Suno Research, João Arthur Almeida, falou sobre como o corte na Selic pode influenciar na vida dos investidores.
“Com a Selic a 5,5% e a perspectiva de chegar em tão pouco quanto 5%, ou até 4,75%, os investimentos em renda fixa perdem muita atratividade. Assim, para o investidor de longo prazo, que aceita uma maior volatilidade, os melhores investimentos são, sem dúvidas, ações de boas empresas na bolsa de valores e também cotas de bons fundos imobiliários”, explicou Almeida.
De acordo com o especialista, essas duas classes de ativos possuem um bom histórico de retorno e, dessa forma, tendem a ter uma performance acima da média no longo prazo, “principalmente no atual cenário que se desenha de recuperação econômica e juros baixos”.
Para o fundador da Suno Research, Tiago Reis, o mercado já estava trabalhando há meses com a perspectiva de uma taxa de juros em queda. Entretanto, uma queda ainda mais brusca poderia impactar positivamente na atividade economia e também na Bolsa de Valores.
“Empresas que se beneficiam da queda das taxas de juros são alvos claros. Companhias de imóveis, energia elétrica e concessões são beneficiadas: a queda dos juros reduz despesa financeira e tende a estimular a retomada destes setores”, explicou Reis.
Os analistas da Suno listaram três empresas que podem ser interessantes para um investimento em um momento de baixa da taxa básica de juros.
Energias do Brasil
Fundada em agosto de 2000, a EDP Energias do Brasil (ENBR3), controlada pela EDP em Portugal, uma das principais operadoras europeias no setor de energia, é uma holding que possui investimentos nos segmentos de geração, distribuição, comercialização, transmissão e serviços de energia elétrica.
Em julho de 2005, a empresa decidiu abrir capital e aderiu também ao Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo.
Atualmente, a Energias do Brasil está cotada na Bolsa de Valores de São Paulo em volta de R$ 18. Um valor considerado bom para comprar, segundo os analistas da SUNO Research.
Cosan Logística – Rumo
A Cosan Logística (CZZ) foi constituída em 2014 para atuar com a administração de participações societárias em companhias da área de infraestrutura, como: logística, transporte de cargas, operação portuária de terminais de distribuição e demais atividades relacionadas.
A empresa atua em seis países. São eles:
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- Brasil;
- Argentina;
- Uruguai;
- Paraguai Bolívia;
- Reino Unido.
Saiba mais: Cosan reverte prejuízo e obtém lucro líquido de R$ 418 milhões no 2T19
A Cosan obteve lucro líquido de R$ 418 milhões no segundo trimestre de 2019. O lucro registrado entre abril e junho reverte o prejuízo de R$ 64,3 milhões contabilizado no mesmo período do ano passado. O valor também foi 5,7% maior ante o primeiro trimestre deste ano.
A Cosan está atualmente cotada na Bolsa de Valores de Nova York e tem uma cotação de cerca de R$ 16. Uma forte valorização em relação a junho de 2019, quando o papel da empresa brasileira estava cotado por volta de R$ 10.
LOG
Com 11 anos de atuação, a LOG Commercial Properties (LOGG3) atua na área de construção, incorporação, comercialização e gestão de propriedades comerciais, como:
- Condomínios Logísticos
- Loteamentos Industriais
- Shopping Centers
- Strip Malls
Na última semana, a LOG anunciou uma oferta pública de distribuição primária de ações ordinárias. Em fato relevante, a empresa informou que seu Conselho de Administração autorizou a distribuição de 21 milhões de papeis.
Segundo o comunicado da LOG, as ações terão uma oferta restrita a investidores profissionais. A distribuição será feita na base da resolução 476 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Além dos 21 milhões de ações, a empresa poderá também colocar outras 7.350.000 ações adicionais. Não será admitida uma distribuição parcial. Por isso, cado não haja demanda para o lote inicial a oferta será cancelada.
Essas e outras empresas poderiam se beneficiar de uma Selic tão baixa, ou de um ulterior corte na taxa básica de juros. Para saber mais, se inscreva no site da SUNO Research, e tenha acesso a todos os relatórios sobre as principais empresas do Brasil.