Três barragens da mineradora Vale (VALE3), todas em Minas Gerais, estão em alerta máximo para risco de rompimento, na noite da última quarta-feira (27). As três foram alteradas do nível 2 para o nível 3 de segurança.
As barragens em alerta máximo da Vale são:
- a barragem B3/B4, da Mina Mar Azul, em Macacos, distrito de Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte;
- e as barragens Forquilha I e Forquilha III, da Mina Fábrica, em Ouro Preto.
De acordo com a Vale, auditores independentes foram contratados. Na análise dos mesmos, as barragens não receberiam a declaração de condição de estabilidade. Isto pois o fator de segurança está abaixo do novo limite estabelecido pela Agência Nacional de Mineração (ANM).
“Assim, a Vale acionou de forma preventiva, o protocolo para início do nível 3 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) para três barragens“.
A mineradora também declarou que a evacuação de pessoas e animais ocorreu:
- em 16 de fevereiro, na região de Macacos, Nova Lima;
- e em 20 de fevereiro, na região de Ouro Preto.
Seguindo o PAEBM, as sirenes de alerta foram acionadas assim que houve alta para o nível 3 de segurança.
“A Vale adotará as medidas necessárias, com apoio da Defesa Civil e os demais órgãos competentes, para orientar os moradores da Zona de Segurança Secundária de Macacos/Nova Lima e Ouro Preto e prepará-los, com treinamentos e simulado de evacuação, em caso de situação de rompimento de barragem“, escreveu a companhia.
As barragens já rompidas
A Vale é a empresa proprietária da barragem I, da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho. Tal barragem foi rompida em 25 de janeiro deste ano. A liberação de rejeitos (lama) ocasionou 214 mortes já foram confirmadas pela Defesa Civil de Minas Gerais.
A Vale também é uma das empresas responsáveis pela joint-venture (empresa conjunta) Samarco, junto com a BHP Billiton. A barragem da Samarco também foi rompida, em 5 de novembro de 2015, em Mariana. Neste desastre, o número total de mortes foi 19.
As três barragens, que entraram em estado de alerta, na véspera, possuem estrutura a montante. Similar àquelas rompidas.
Em nota, a Vale informou que as três estão inativas, e não recebem mais rejeitos.
Saiba mais – Vale já havia se comprometido a desligar barragens como de Mariana
Saiba mais – Brumadinho: Governo determina fim de todas as barragens a montante
Barragens com método de alteamento a montante
O método de alteamento a montante é constituído pela construção de degraus, assim que a barragem enche. Sobre um dique predisposto.
Assim, apesar de serem comuns e possuírem baixo custo de implantação, especialistas consideram essa variedade de barragem menos segura, por conta dos riscos de acidentes.
A ANM determinou o fim de todas as barragens de alteamento a montante. A informação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 18 de fevereiro.
A resolução da ANM determina que este tipo de barragem deve ser eliminado até 2021. Além disso, as empresas responsáveis por barragens de mineração estão proibidas de manter e construir instalações, realizar obras ou serviços na zona de autossalvamento da barragem que inclua presença humana. A medida também proíbe definitivamente a construção dessas represas de mineração no Brasil, o que já havia sido feito em 2016.