As quatro principais companhias aéreas brasileiras registraram um prejuízo líquido total de R$ 397,3 milhões no primeiro trimestre de 2019. Gol, Latam, Azul e Avianca Brasil, as maiores operadoras do setor de transporte aéreo do Brasil, obtiveram uma margem líquida negativa de 3,7%.
As informações sobre o resultado do transporte aéreo foram divulgadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No mesmo período do ano passado, as quatro companhias aéreas tinham obtido um lucro líquido de R$ 211,8 milhões, com uma margem positiva de 3,4%.
Segundo a Anac, as duas principais razões para esses resultados negativos fora:
- o aumento de 10,8% nos preços do querosene de aviação
- a alta de 16,2% do dólar em relação ao real
Alta de custos e despesas do transporte aéreo
No total, os custos e as despesas operacionais de serviços aéreos chegaram a R$ 10,4 bilhões nos primeiros três meses do ano. Um valor 15,5% maior que os R$ 9,1 bilhões registrados no mesmo período de 2018.
Além disso, no primeiro trimestre de 2019 os combustíveis foram responsáveis por 31,7% dos custos e despesas operacionais agregados do setor do transporte aéreo.
Somente a Azul obteve um lucro líquido no período. A companhia aérea baseada em Campinas (SP) registrou um lucro de R$ 211,8 milhões. Um resultado que cresceu de 85,4% em relação ao 1º trimestre de 2018. A margem líquida foi de 8,3%.
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As outras três companhias aéreas registraram resultados negativos de, respectivamente,
- Gol: R$ 66,4 milhões e margem líquida negativa de -2,2%
- Avianca Brasil: R$ 118,4 milhões e margem líquida negativa de -11,7%
- Latam: R$ 424,4 milhões e margem líquida negativa de -10,2%
A receita operacional líquida agregada das quatro empresas cresceu no primeiro trimestre de a 8,9%, alcançando um valor de R$ 10,7 bilhões. Por sua vez, os custos dos serviços prestados subiram 16,8%, atingindo R$ 9,2 bilhões.
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Dessa forma, o lucro bruto conjunto das quatro empresas caiu 23%, chegando a R$ 1,5 bilhão. Por outro lado, o operacional das quatro companhias aéreas passou de R$ 766,1 milhões no 1º trimestre de 2018 para R$ 234,7 milhões no mesmo período deste ano. Por sua vez, a margem de lucro operacional do setor de transporte aéreo caiu de 7,8% para 2,2%.
Passagens aéreas mais baixas
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse que os preços das passagens aéreas devem diminuir no final deste ano. A declaração ocorreu nesta quinta-feira (8) durante um evento do BTG Pactual.
A redução nos preços das passagens aéreas será motivada principalmente pela entrada de novas empresas no mercado aéreo nacional. Além disso, o ministro falou sobre o maior investimento em outras companhias, como a Azul e a Gol, como causas para a queda dos preços.
“Estamos equacionando a questão dos slots nos aeroportos saturados em função da Avianca. Em Congonhas, a gente já está mexendo nisso. Tudo levar a crer que vamos começar a observar já no fim do ano uma redução do preço da passagem”, declarou Tarcísio de Freitas.
Em maio deste ano, a Anac suspendeu os voos e operações da Avianca. A suspensão causou uma crise no mercado aéreo nacional, fazendo com que os preços dos tickets aumentassem. A aérea está em recuperação judicial desde dezembro do último ano.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o preço das passagens do setor de transporte aéreo aumentou 18,63% em julho.