Trabalhadores contribuindo à Previdência caem ao menor nível desde 2012, diz IBGE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (30) que o total de contribuintes para a Previdência caiu para 53,342 milhões no trimestre terminado em agosto, representando o menor patamar da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012.
De acordo com o IBGE, 3,014 milhões de pessoas deixaram de contribuir para a Previdência Social no Brasil em um trimestre. Ao passo que, considerando os últimos dois trimestres, isto é, o patamar de fevereiro deste ano, no pré-pandemia, a quantidade reduziu em 5,630 milhões.
O instituto ainda informou que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) foi o principal fator que prejudicou o emprego formal, com reflexos para a contribuição para a Previdência Social no país.
Além disso, a população ocupada reduziu a 81,666 milhões de pessoas no trimestre terminado em agosto, menor patamar da série iniciada em 2012. Apenas 29,067 milhões de trabalhadores atuavam com carteira assinada no setor privado, também piso histórico, informou o instituto.
A analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, informou que “A perda na ocupação é realmente muito expressiva, ela marca a série histórica da pesquisa”, revelou . “A gente está vendo uma população ocupada diminuindo, e isso aí está ligado com o processo de dispensa. Todas as atividades, com exceção da agricultura, estão em processo de dispensa”, concluiu.
De acordo com Beringuy, as demissões podem ter relação com a demanda reduzida das famílias por produtos e serviços, o que resulta em demanda menor também por mão de obra nas atividades econômicas.
A taxa de desemprego aumentou de 12,9% no trimestre encerrado em maio para 14,4% no trimestre terminado em agosto, mas teria subido ainda mais caso a população inativa, também recorde, decidisse procurar trabalho.
“Pode estar havendo um desestímulo por essa procura por trabalho já pelos efeitos econômicos da pandemia, e não pela ameaça de contágio”, apontou a analista.
Taxa de desemprego sobe para 14% em setembro, diz IBGE
A taxa de desemprego aumentou para 14,0% em setembro, contra 13,6% em agosto, totalizando 13,5 milhões de desempregados. Trata-se do pior resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19) mensal, iniciada em maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em setembro, a população ocupada totalizou 82,934 milhões de pessoas, um aumento de 1,0% em relação a agosto, 793 mil vagas a mais. No entanto, o total de ocupados ainda não retomou o patamar de maio, quando somava 84,4 milhões de pessoas.
Já a população desocupada cresceu de 12,9 milhões em agosto para 13,5 milhões de pessoas em setembro, um aumento de 4,3% ante agosto, cerca de 560 mil pessoas a mais. Em relação a maio, quando teve início a pesquisa, a população desempregada saltou 33,1%.
O contingente de inativos diminuiu de 75,2 milhões em agosto para 74,1 milhões em setembro, uma redução de 1,5%. Entre os inativos, 26,1 milhões gostariam de trabalhar, mas não buscaram trabalho, sendo que 16 milhões deles argumentaram que não procuraram uma vaga devido à pandemia ou à falta de trabalho na localidade, informou o IBGE.
Com informações do Estadão Conteúdo.