O mês de agosto foi turbulento para as economias de países emergentes, e o mercado hoje deve seguir pressionado pela incerteza global e pela alta do dólar, que segue forte em relação a moedas de países em desenvolvimento. O petróleo dispara na abertura do pregão americano após o fim de semana prolongado nos EUA.
Aqui estão alguns assuntos aos quais se atentar hoje:
1. Bolsas internacionais
A disputa comercial acirrada entre China e EUA continua a preocupar os mercados asiáticos, embora eles tenham fechado em alta após a queda no último pregão. A diminuição no ritmo da economia chinesa também é tópico importante para quem pensa em investir no continente, visto que o Índice do Gerente de Compras da Caixin/Markit chegou ao nível mais baixo em mais de um ano, em agosto.
Na Europa, as bolsas operam em alta. É importante ressaltar que o presidente do Banco da Inglaterra fala ao parlamento do Reino Unido agora pela manhã; a libra tem sofrido pressões com a aproximação do Brexit e dúvidas de como ele ocorrerá de fato.
Como mencionado anteriormente, os mercados emergentes em geral passam por turbulências. Ontem, Mauricio Macri, presidente da Argentina, anunciou medidas emergenciais para conter a crise que já viu o peso perder 26% do valor só em agosto. Ele decretou um aumento nos impostos sobre exportações e cortes fundos nos gastos governamentais. A África do Sul enfrenta uma recessão em seu segundo semestre pela primeira vez desde 2009, tendo dificuldades para engrenar sua economia num período de estagnação que já dura uma década.
Na América do Norte, devem continuar as reuniões entre EUA e Canadá para definir o acordo comercial que substituirá o Nafta, já fechado com o México. A previsão da administração americana era fechar o acordo na sexta-feira passada, mas isso ainda não ocorreu.
2. Indicadores do IBGE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística informa, agora pela manhã, as estatísticas relativas à produção industrial em julho. A projeção de especialistas é de queda. Também deve ser divulgado na manhã de hoje o relatório da Anfavea, informando os dados de produção e venda de veículos em agosto.
3. Noticiário político
O Partido dos Trabalhadores anunciou na noite de ontem que deve recorrer ao Comitê de Direitos Humanos da ONU para que o ex-presidente Lula seja registrado como candidato à presidência. Sua candidatura foi barrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que determinou que o candidato deve ser substituído na chapa do PT dentro de um prazo de dez dias.
Ainda assim, o PT prepara dois recursos no STF em uma tentativa de manter a elegibilidade do candidato, contrariando uma ala do partido que considera urgente a transferência da candidatura para Fernando Haddad, atual candidato a vice. Esse lado do partido, que inclui os governadores da sigla, preocupa-se com o efeito da demora em garantir a transferência de votos.
Ainda tratando-se do PT, continua a pressão da procuradoria geral da República sobre o partido. Segundo a Folha de S. Paulo, Raquel Dodge, procuradora geral, prepara um recurso para exigir que a sigla devolva os gastos em campanha realizados enquanto Lula não for substituído.
4. Noticiário corporativo
A Marfrig (MRFG3) anunciou sua reestruturação e nova direção. A partir de agora, a empresa será dividida em suas operações entre América do Sul, responsável pelas operações da companhia no Brasil, Uruguai, Argentina e Chile, e América do Norte, que contém a National Beef e a fábrica de hambúrguer no estado de Ohio. A presidência executiva será assumida por Eduardo Miron, que assume o lugar de Martín Secco.
A Direcional (DIRR3) anunciou a aprovação da distribuição de dividendos intermediários no total de R$ 90 milhões. O valor representa R$0,613 por ação, e será pago com base na posição acionária de 1 de outubro.
A Eldorado Celulose, que tem sua compra disputada entre a J&F e a fabricante holandesa Paper Excellence, terá o caso resolvido em arbitragem.
A Via Varejo (VVAR11) confirmou a migração para o Novo Mercado. A união entre Fibria (FIBR3) e Suzano (SUZB3) cria divergências entre a Institutional Shareholder Services e a Glass. A negociação da parceria entre a Petrobras (PETR3) e a CNPC no Comperj está próxima do fim.