O Itaú BBA acredita ser uma questão de tempo para as ações da Apple (AAPL34) começarem a performar abaixo do desempenho de mercado, conforme informou a instituição nesta quinta-feira (29) em relatório.
Nas últimas semanas, notícias relacionadas à venda do mais novo modelo lançado pela Apple, o iPhone 14, turbinaram o desempenho das ações da companhia.
A expectativa de que o modelo geraria fortes demandas fez com que a Apple abrisse vantagem de 7% contra outras gigantes de tecnologia desde o anúncio do lançamento do novo iPhone.
Entretanto, uma única notícia negativa foi capaz de trazer pessimismo de volta ao papel.
Com o anúncio de que a Apple teria desistido de aumentar a produção do novo iPhone, devido a uma revisão nas previsões de demanda, as ações da gigante sentiram o baque.
De acordo com o Bloomberg, a produção do iPhone 14 deve totalizar cerca de 90 milhões de unidades, valor em linha com modelos anteriores e abaixo das expectativas da companhia.
Na bolsa americana, as ações da Apple amargam queda de quase 5%, enquanto, na B3, os BDRs da companhia recuam cerca de 3,9%.
“Embora o tempo vá dizer se acertamos ou não, continuamos firmes em nossa classificação de baixo desempenho no nome” afirmam os analistas do BBA.
“Steve Jobs, sentimos sua falta”
O BTG acredita que a demanda mais fraca pelos novos modelos da Apple se deve, principalmente, a razões macroeconômicas.
Mas isso não explica tudo. Segundo o banco, melhorias incrementais nos produtos acabaram tornando as atualizações menos atraentes e, além disso, relatos recentes sobre bugs em iPhones também trazem riscos nesse sentido.
Com a ação sendo negociada a uma relação preço/lucro de 23x para 2023, contra 20x de pares como a Microsoft, o Itaú BBA mantém a recomendação equivalente a venda para as ações da Apple.
Apple (AAPL34) desiste de aumentar a produção de iPhone 14
A Apple pediu aos fornecedores para diminuir esforços de aumento de produção do iPhone 14 em até 6 milhões de unidades no segundo semestre do ano, devido à demanda decepcionante.
Conforme a reportagem da Bloomberg, a Apple agora tem a intenção de produzir 90 milhões de aparelhos para o período, aproximadamente o mesmo nível do ano anterior e de acordo com a previsão original da companhia.
Já demanda por modelos de iPhone 14 Pro, com valores bem mais altos, é mais forte do que para as versões de nível básico, conforme fontes ouvidas pela agência. Em pelo menos um caso, um fornecedor da Apple estaria transferindo a capacidade de produção de iPhones mais baratos para o modelo premium.